Diretoria da Garcafé, cooperativa que reúne produtores da região, enviou carta aberta ao governo federal pedindo a saída do Ministério da Agricultura do agropecuarista Manoel Vicente Bertone, ex-presidente e acusado de ser um dos responsáveis pela falência da entidade.
A Garcafé já foi a segunda maior exportadora do café do país na década de 80. Tinha inúmeros produtores associados e tinha destaque e respeito nacional. Hoje está afundada em mais de R$ 80 milhões de dívidas, que têm como fiadores os próprios associados que passam dificuldade por causa disso.
Uma dívida que segunda a atual diretoria é resultado da catastrófica administração que teve Bertone como presidente durante 15 anos.
A situação da Garcafé tem de ser decidida pela justiça. Se ele é culpado ou não pelo rombo, também cabe à justiça decidir. Porém vale como exemplo.
Independente da posição político partidária, qualquer governo deve ter o cuidado na hora de nomear seus representantes.
E no caso de pessoas que por qualquer motivo tenham envolvimento – culpadas ou não – com suspeitas a indicação deve ser melhor analisada.
No caso de Bertone, ele ocupa cargo de confiança indicado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stéphannes, na área de produção e agroenergia.
Indiretamente, pelo simples fato de estar no ministério tem influência em decisões do governo para a política agrícola.
Se Bertone é ou não culpado pela quebra da Garcafé a justiça vai definir. Também não há impedimento legal de ele assumir o cargo se for culpado, salvo exceções.
Assim a avaliação tem de ser do empregador, neste caso o governo Lula, que é o responsável direto pela indicação e pelo reflexo que ela terá para o setor.
Fonte: http://www.diariodemarilia.com.br/Noticias/70093/Responsabilidades