AGRONEGÓCIO DO CAFÉ DISCUTE POLÍTICAS PARA O SETOR
Representantes do agronegócio do café estarão reunidos hoje (22/03), em Brasília, para discutir as políticas para o setor, exportações e financiamento da produção. Entre os temas estão restrições e estratégias de avanço no comércio internacional e o Plano Safra de 24 meses, que será analisado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira.
“Vamos debater os rumos da cafeicultura e traçar estratégias para os próximos anos, visando a sustentabilidade econômica da cultura e a garantia de renda”, diz Maurício Miarelli, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).
As exportações estarão na pauta das reuniões pela manhã e à tarde. A partir de 29 de maio, o Japão não mais comprará café que tenha resíduos de determinados produtos químicos, como acaricidas e inseticidas, utilizados na lavoura. Boa parte dos agroquímicos vetados pelos japoneses não é aplicada no Brasil ou está em um limite inferior à restrição japonesa. A Embrapa Café estuda aqueles que serão banidos para verificar se os resíduos continuam após a colheita. À tarde, as vendas externas de café solúvel é que estarão em debate. Desde janeiro, a União Européia cancelou as cotas para os produtos livres de impostos e, com isso, a indústria está pagando 9% sobre o preço do grão para comercializar com aquele bloco econômico. O Brasil pode entrar com consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra essa taxação que exclui Colômbia, Equador e outros concorrentes.
Outro item de discussão é a política para o setor e o financiamento da cultura, parte contemplada no Plano de Safra de 24 meses do café, proposto pelo CNC, mas com os custos do estudo repartidos com o Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC). O projeto prevê que a partir de agora todas as decisões sobre financiamento da safra serão encaminhadas em uma só vez ao CMN. Anteriormente, a aprovação dos recursos se dava conforme a necessidade, no decorrer do ciclo de produção e comercialização, causando atrasos e descontinuidade. Parte do plano já será avaliada na reunião do CMN, que ocorre nesta quinta-feira.
O voto encaminhado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento inclui uma linha de crédito de R$ 1,57 bilhão, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o ano agrícola atual (2006/07), com vencimento para os próximos dois anos. A proposta prevê ainda R$ 60 milhões para a equalização da taxa de juros do Funcafé, de 9,5% ao ano. “Queremos, com isso, diminuir o impacto da sazonalidade na produção”, diz Miarelli.
Outras solicitações do setor que poderão estar no Plano de Safra de 24 meses serão discutidas à tarde, durante a reunião do CDPC. Entre elas estão o pedido de simplificação das operações com o Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e Warrant Agropecuário (WA), com a criação de uma linha de crédito para o uso dos instrumentos, com juros diferenciados; e a possibilidade de se usar contratos de opção de venda, quando o mecanismo se tornar adequado para ajustar a renda dos produtores. As duas reuniões, tanto pela manhã quanto à tarde, são fechadas.
Pautas das reuniões:
11h – Medidas relativas à exportação de café para o Japão e o Plano de Safra de Café para 24 meses;
14h – Orçamento do Funcafé e Painel na OMC
Mais informações:
CNC- (11) 3284.6800/8321.5747