REPLAY – Em discurso, Silas alerta para dificuldades enfrentadas por cafeicultores

Por: Ana C. Silva (FUG/PMDB)

Brasília (28/05/2009) – O deputado Silas Brasileiro (MG) subiu à tribuna nesta quinta-feira para alertar sobre as dificuldades vividas pelos cafeicultores brasileiros. Segundo o peemedebista, o café vem sendo comercializado abaixo dos custos de produção obrigando os diversos produtores a ampliar os índices de inadimplência. Os municípios que dependem diretamente da atividade acabam decretando estado de emergência.


DEPENDÊNCIA – Silas esclareceu que o setor tem forte dependência da utilização de mão de obra, que é responsável por até 60% do custo de produção em regiões não mecanizadas. “Calcula-se que até 2008, cerca de um milhão de trabalhadores tinham empregos permanentes. Se contarmos com os postos de trabalho temporários e indiretos, o número de vagas chega a 8,4 milhões”, afirmou.


De acordo com o parlamentar, o Brasil que é o maior produtor mundial de café, possui uma estrutura de comercialização ao contrário de seus principais concorrentes, pulverizada em diversos agentes. “Devido a isto, em um ambiente de livre mercado e sem a adoção de políticas internas, fica sujeito a fortes descontos aplicados contra os cafés aqui produzidos”, disse.


Para Silas, em razão dessas características que deformam o processo de formação dos preços, e ao fato de o Estado brasileiro não ter adotado políticas constantes de sustentação das cotações do grão, os cafeicultores acumularam dívidas, sendo esta a principal razão pela qual o setor de produção encontra-se em precária situação financeira.


PREJUÍZO ACUMULADO – Dados apresentados pelo deputado mostram que o prejuízo acumulado seguidamente pelo setor vem sendo suportado por financiamentos e prorrogações de dívidas, gerando um quadro economicamente insustentável. “Exemplo disso é a evolução dos preços dos principais insumos e outros produtos em relação ao café. Enquanto a tonelada de adubo subiu acima de 500% nos últimos 15 anos, a valorização do café ficou em 22% no mesmo período”, enfatizou.


O deputado destacou as reivindicações feitas por entidades ligadas à cafeicultura como o Conselho Nacional do Café, da Comissão Nacional do Café, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil — CNA e da Frente Parlamentar do Café. Entre as solicitações do setor estão o retorno à situação de adimplência, por meio de uma forte reestruturação do passivo dos produtores e a promoção de programas de sustentação de preços, que proporcionem melhora das cotações via redução dos diferenciais aplicados contra os cafés brasileiros.


Informações reunidas pelo deputado mostram que atualmente o país vende o café no mercado internacional com 30% a 35% de deságio. “Isso acontece porque temos mais de 100 agentes no Brasil comercializando nosso café. Enquanto na Colômbia, o maior concorrente de café de qualidade do Brasil, há um único ponto de venda, a FEDERACAFÉ, representada pelo governo colombiano e a qual comercializa muito bem o produto do seu país, gerando renda para seus produtores”, ponderou.

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