26/05/2008 – 13h02
VITOR SORANO
do Agora
As receitas caseiras não ajudam e podem complicar a situação de alguém que
foi picado por um animal peçonhento. Em vez de café, gasolina ou torniquete,
duas medidas simples são válidas para todos os acidentes, ajudam a salvar a vida
da vítima e a evitar seqüelas graves: lavar o local com água e sabão e ir para o
hospital mais próximo.
Fan Hui Wen, médica do Hospital Vital Brazil do Instituto Butantan, aponta
cobras, escorpiões, aranhas e taturanas como os animais mais envolvidos em
envenenamento no Estado. Há diversas espécies de cada um deles e o tratamento
adequado só pode ser dito pelo médico. Não há um antídoto universal para picada
de bichos. Por isso, é recomendável levar o animal envolvido no acidente até o
hospital, se for possível, para facilitar a identificação da providência a ser
tomada.
Além do veneno, os dentes de uma cobra geralmente carregam bactérias que
podem causar infecção. Por isso o local atingido deve ser lavado.
Há medidas que podem ser tomadas para aplacar a dor sem prejuízo para a
vítima. Compressas mornas podem ser usadas sobre picadas de aranha e escorpião.
Em queimaduras por taturanas, o ideal é compressa fria. Nos ataques de abelhas,
é importante retirar os ferrões para evitar que o veneno continue a ser injetado
na pessoa. Ângelo D’Agostino, clínico-geral do hospital Beneficência Portuguesa
de Santo André (ABC), recomenda a hidratação da vítima. “Isso ajuda a manter a
pressão.”
As conseqüências de um acidente variam muito de acordo com a espécie do
animal, a idade da vítima e o número de picadas. Uma única abelha não causa
envenenamento, mas pode haver reação alérgica, diz Fan. Taturanas Lonomia e
cobras jararacas causam hemorragias.
Nem todos os estabelecimentos de saúde têm soros contra venenos de animais
peçonhentos, mas todos podem dar os primeiros socorros. Há uma lista on-line de
unidades de referência para esses acidentes (www.cve.saude.sp.gov.br).