Mas Por Enquanto…….
A Organização Internacional do Café (OIC) disse ontem que os preços do café no mercado internacional, apesar de uma ligeira recuperação em março e abril passados, estão nos seus níveis mais baixos dos últimos 30 anos.
Segundo a entidade, que congrega países produtores e consumidores, as incertezas em torno do volume da safra brasileira de 2002/3 e os movimentos especulativos dos grandes fundos de investimentos “reorientaram os preços numa direção baixista”.
Em abril, a média do preço indicativo composto da OIC foi de 50,19 centavos de dólar por libra-peso nos Estados Unidos. A recente evolução dos preços, segundo o relatório da Organização divulgado ontem, indica que essa média deve cair em maio.
Safra
A OIC afirmou que a situação do mercado nos próximos meses dependerá do fenômeno climático “El Ninõ”, pois “o tempo está cada vez mais seco no Sudeste Asiático e muito úmido nas regiões costeiras das Américas do Norte e do Sul. Além disso, será importante acompanhar “a evolução das estimativas da safra brasileira e a aproximação da temporada das geadas no Brasil”.
A entidade salientou que, caso seja mantida a atual tendência baixista dos preços, “isso poderia afetar as exportações e a qualidade do café”. O programa de qualidade promovido pela OIC, que será iniciado em outubro e que poderá resultar na eliminação de grãos de qualidade inferior, “também poderá ter um impacto no mercado”.
Produção
Segundo a OIC, as estimativas mais recentes mostram que a produção mundial do ano-safra de 2000/1 foi de 112,4 milhões de sacas, contra 114,6 milhões do ano-safra anterior. A produção do ano-safra de 2001/02 é estimada em 109,1 milhões de sacas, ou seja, 3,3 milhões de sacas a menos do que na safra anterior.
Mesmo assim, o preço está em queda e a Organização disse que ainda há muitas dúvidas sobre o volume da safra mundial 2002/3, por causa das divergências sobre as estimativas da safra brasileira, cuja previsão oficial é de 39,6 milhões de sacas.
“Ainda será preciso aguardar para se ter uma visão mais clara da situação, pois vários fatores devem ser levados em conta, entre os quais a magnitude da safra da América Central e do México e a influência potencial do fenômeno climático “El Niño” na produção do café tipo robusta na Indonésia e no Vietnã.
As exportações brasileiras no período de 12 meses entre abril do ano passado e março deste ano somaram 88,8 milhões de sacas, o que representou queda de 0,6% em relação ao mesmo período anterior.
(Tribuna/RJ)
Autor: Agroclubes – Data: 27/5/2002 21:57:26