Iniciativa promove a cooperação da cadeia produtiva e estimula a competitividade, inovação e o desenvolvimento econômico regional
Por Sebrae
A Região do Cerrado Mineiro foi reconhecida como Arranjo Produtivo Local (APL) com vocação para a cafeicultura. A formalização foi feita pelo Governo de Minas nesta segunda-feira (29/4), pela divulgação no Diário Oficial (Resolução nº 18/2024). Com o título, a Região do Cerrado Mineiro se junta a outros dois APLs mineiros na produção de café: Sudoeste de Minas e Campo das Vertentes.
“Esse reconhecimento demonstra o nível de organização do ecossistema e da governança do nosso território, que tem a cadeia do café muito estruturada, e formada por produtores, associações, cooperativas, exportadores, assim como fornecedores de insumos, e ainda parceiros como o Sebrae Mina, Epamig e Emater. Nossa expectativa é ganhar mais visibilidade e tornar o café produzido na região mais competitivo no mercado”, afirma o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal.
A Região do Cerrado Mineiro é composta por 55 municípios que abrange mais de 4,5 mil cafeicultores do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste do estado que têm o café especiais como produto de impacto na economia local. São 255 mil hectares de lavouras, responsáveis por 12,7% da produção brasileira de café, e 25,4% da produção mineira, com média de 6 milhões de sacas produzidas anualmente. Até março deste ano, mais de 8 mil hectares de café já foram certificados em Agricultura Regenerativa.
Os cafés da região se caracterizam por ser cultivados em um território com estações climáticas bem definidas – verão quente e úmido e inverno ameno e seco. Os grãos são cultivados em áreas com altitude que variam entre 800 e 1,3 mil metros, o que resulta em uma bebida de sabor único e de alta qualidade.
“O status de APL atrai investimentos e fomenta a inovação, promovendo a integração e a sustentabilidade da cadeia produtiva da cafeicultura na região. Essa conquista fortalece não apenas a economia local, mas também a comunidade, ao proporcionar acesso a políticas públicas e programas de apoio governamental direcionados ao desenvolvimento socioeconômico regional”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Há mais de duas décadas, os produtores da região contam com o apoio do Sebrae Minas por meio de capacitações, aplicação de novas estratégias de valorização do produto, busca de certificações, entre outras. Foi no Cerrado Mineiro, inclusive, que a primeira edição do Educampo Café ocorreu em 2001.
A primeira Denominação de Origem (DO) para cafés do Brasil foi conquistada pela região em 2013, a Indicação de Procedência (IP) chegou em 2005, e o selo do Programa de Qualidade do Café (PQC), em 2019. O Cerrado foi também a primeira região no mundo a obter a certificação ISO 9001 e a estampar a marca coletiva nas sacas do grão.
Desde 2015, um Plano de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Promoção da Região do Cerrado Mineiro contempla ações estratégicas para os mercados nacional e internacional, de gestão, de treinamento e consultoria aos produtores para a colheita e pós-colheita.
Este ano, a região do café do Cerrado Mineiro está entre as rotas prioritárias de Minas Gerais que receberão incentivos do Sebrae Minas e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult). A estratégia pretende fortalecer a atividade turística no estado, a partir da ampliação da oferta de produtos turísticos com potencial para atrair mais visitantes.
APL em Minas
O APL é um conjunto de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Em Minas, são 68 arranjos presentes em mais de 300 municípios, que reúnem mais de 85 mil empresas que geram mais de 247 mil empregos diretos. Os segmentos com maior número de APLs são: confecção (13), moveleiro (7) bebidas (6), tecnologia da informação e comunicação (4), metal mecânico (3), apicultura (3), calçadista (3) e cafeicultura (3).
A certificação tem validade por três anos e pode ser renovada mediante o desenvolvimento da vocação econômica da região.
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