A expansão do café
O mercado de café está em expansão. Na região de Franca, segundo dados da Cooperativa Alta Mogiana, houve um aumento de 4,15% na venda de sacas do grão no ano passado em comparação com 2008.
Foram comercializadas mais de 17 milhões de sacas de café no ano retrasado, sendo que em 2009 o número chegou a 19 milhões na região de Franca.
E o comércio do café vem sendo sentido não só nas lavouras, mas também nas prateleiras dos supermercados é possível notar um aumento nas vendas diretas para o consumidor.
Em 2009, foram consumidos no Brasil 4,65 kg per capita do grão torrado, contra a marca histórica de 4,72 kg registrada em 1965. Este ano poderá ficar marcado como o da virada para a indústria do café no Brasil.
O setor comemorou no ano passado o crescimento do consumo anual com a marca que ficou bem próxima do recorde de consumo de 45 anos atrás.
Em 1965, o consumo médio por habitante foi de 4,72 kg, segundo a Abic (a associação que reúne a indústria cafeeira). Portanto, se os brasileiros consumirem 71 gramas a mais de café ao longo de 2010, baterão a marca histórica. Os 4,65 kg equivalem a 78 litros da bebida.
Nos anos 90, a média do crescimento per capita de café torrado foi de 100 g. Nos anos 2000, é de 93 g.
Em 2009, o consumo de café no Brasil cresceu 4,15%, superando a expectativa da indústria. O relatório anual da Abic mostra que entre novembro de 2008 e outubro de 2009 foram consumidos internamente 18,39 milhões de sacas de café – ante 17,65 milhões no período anterior.
“O resultado excedeu as expectativas iniciais da Abic, que eram de um crescimento de 3%, levando em conta a crise econômica mundial iniciada em 2008. A crise não afetou o consumo de café”, diz o relatório da entidade.
O crescimento do consumo está relacionado não apenas ao número maior de xícaras de café que o brasileiro anda bebendo, mas também às diversificações na hora de tomar a bebida, seja na forma de cappuccinos e outras combinações com leite.
A indústria credita essa situação à melhora da qualidade do produto oferecido, além da maior oferta de cafés superiores e gourmet e ao incremento do número de cafeterias.
Recuperação
Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures) iniciam o ano em recuperação das perdas ocorridas nas duas últimas semanas de dezembro, quando o mercado chegou a tocar o pior nível desde 27 de novembro passado.
O vencimento para março marcou mínima de 136 cents por libra-peso, no dia 30 de dezembro. Na segunda-feira passada, o contrato rondava 140 cents e o objetivo pode ser buscar 150 cents.
Analistas consideram que os fundamentos do café são positivos, pelo menos no curto prazo. A oferta de grãos de qualidade está apertada, por causa de problemas na safra do Brasil, da Colômbia e de países da América Central.
No médio prazo, porém, a preocupação é com a safra brasileira, que será colhida a partir de abril. A primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra 2010/2011 está prometida para amanhã. A expectativa é que a produtividade tenha sido comprometida pela chuva em excesso.