Redução da Selic pode reduzir custos de financiamento
O Conselho de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, 22, pela redução da taxa Selic, de 9,25% para 8,75% ao ano. O corte de 0,5 pontos percentuais já era aguardado pelo mercado, diante da sinalização do Copom, na reunião realizada no mês passado, de que a redução da Selic seria mais parcimoniosa a partir deste mês.
A preocupação do Copom é a convergência para as metas de inflação, estabelecida em 4,5% para 2009 e 2010. O IPCA acumulado até junho deste ano atingiu 2,75% e no acumulado 12 meses, indica 4,94%.
Outro fator bastante debatido no período pré-Copom, e que poderia por em risco o cumprimento das metas inflacionárias, diz respeito ao mercado de trabalho. A estimativa da taxa de desemprego está avaliada em 8,5%, o que, segundo alguns analistas, poderia estar mais elevada em razão do cenário de crise. Contudo, os métodos de análise desconsideram os desempregados que não procuraram emprego no último mês, o que gera certa defasagem nas estimativas de desemprego, ou seja, os índices poderiam ser maiores que os números estimados.
Os dados dessazonalidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), embora positivos, não demonstram recuperação acentuada a ponto de gerar pressões inflacionárias no início de 2010. No setor agropecuário, os números de geração de empregos acumulados no ano também são menores. Comparado ao desempenho de anos anteriores, este é o menor saldo observado desde 2004. Assim, ainda haveria espaço para um corte mais generoso ainda no mês de julho.
Para o setor agropecuário, a redução das taxas de juros é positiva, pois abre a possibilidade da redução dos custos dos empréstimos para financiamento da atividade, ante a insuficiência dos recursos controlados do crédito rural.