Rede 100% Vídeo se une à Megamil e passa a gerir 120 lojas no Brasil

15 de outubro de 2008 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 15/10/2008 02:10:21 - Valor Econômico

Para driblar a crise do setor, que se estende há dois anos, principalmente por conta da pirataria de DVDs, a rede de locadoras 100% Vídeo acaba de se unir à Megamil Vídeo. A transação não envolveu dinheiro e sim troca de ações entre as duas empresas, que iniciaram seus negócios em Campinas (SP). “Passamos a administrar as atuais 32 lojas da Megamil e 10 delas serão convertidas para a nossa bandeira”, explica Carlos Augusto, diretor e fundador da 100% Vídeo, que tem 88 unidades no Brasil. “Já os ganhos das lojas abertas a partir de agora serão compartilhados de forma igual entre os sócios das duas empresas”, acrescenta. Ricardo Benichio/ValorCarlos Augusto, da 100% Vídeo: expectativa é aumentar faturamento, que foi de R$ 32 milhões em 2007, em 25%

Com a fusão, a 100% Vídeo passa a administrar uma rede com 120 unidades, que são em sua maior parte franquias e, portanto, geram ganhos por meio de royalties. A expectativa é que a parceria resulte em um aumento de 25% no faturamento da 100% Vídeo, que foi de R$ 32 milhões em 2007.


As empresas planejam abrir no próximo ano mais 100 pontos, sendo 40 lojas com a bandeira da 100% Vídeo e as outras 60 com a marca Megamil. A idéia é que as locadoras da 100% Vídeo sejam voltadas mais para o público das classes A e B. “Uma loja da 100% Vídeo é maior e tem uma série de serviços. Além disso, requer um investimento médio de R$ 300 mil, contra R$ 160 mil da Megamil, que tem um apelo mais comercial”, explica Augusto.


A fim de atrair a clientela, que diminuiu drasticamente as visitas às locadoras, a 100% Vídeo oferece em seus estabelecimentos serviços como venda de brinquedos, livros, cafés e sorvetes. “Queremos transformar a locadora em um local de entretenimento e serviços”, diz o empresário, que tem parcerias com a Casa do Pão de Queijo, livrarias Nobel e Laselva, Frans café, Imaginarium e sorveteria Azul – franquias que podem ser abertas dentro da própria 100% Vídeo.


Em linha com a estratégia de ampliar sua gama de serviços, a rede de locadoras planeja oferecer também o aluguel de filmes pela internet. Além disso, vai investir em máquinas expressas de locação para serem instaladas no varejo.


A decisão de ser unir a outro grupo e diversificar sua atuação tem sua razão. Nos últimos dois anos, o número de locações de DVDs em São Paulo caiu cerca de 60%. “A queda ocorre por causa da pirataria e pela falta de interesse do consumidor em alugar filmes. Esse desinteresse também acontece porque as distribuidoras diminuíram muito a publicidade voltada para o consumidor final”, explica Luciano Tadeu Damiani, presidente do Sindicato das Videolocadoras de São Paulo.


O setor de locação de filmes é extremamente pulverizado. No país, há aproximadamente 14 mil videolocadoras, sendo que 98% não possui mais de duas unidades, segundo dados da Associação Brasileira de Videolocadoras (ABV). “Em 2006, eu locava em média 14 mil fitas por mês e agora são 8 mil, por loja. Além disso, tive que fechar minha terceira unidade no ano passado”, conta Damiani, que também é proprietário da Alex Vídeo, com duas lojas em São Paulo.


Outro dado que mostra a desaceleração do mercado é a redução no número de trabalhadores. Em 2006, as locadoras do país empregavam 35 mil pessoas, contra 20 mil no ano passado. A informalidade do setor é mais um agravante. Segundo Damiani, há 2,2 mil locadoras registradas oficialmente e outras 1,4 mil atuando de forma clandestina em São Paulo.


A própria 100% Vídeo sentiu a concorrência bater à porta. No ano passado, fechou quatro lojas. “A fusão é uma forma que encontramos para reduzir custos e ganhar escala para competir com a pirataria”, afirma Augusto, que também preside da ABV.


Para ele, a nova tecnologia Blu-ray, que proporciona melhor resolução de imagem, poderá dar novo impulso ao mercado. Hoje, a parcela de consumidores que têm aparelhos de DVD com esse requisito é pequena, mas o empresário acredita que a tendência é essa fatia aumentar. “Na troca de VHS para o DVD houve uma guinada no setor e acho que acontecerá o mesmo com o Blu-ray”, diz. “Mas apenas entre o fim de 2009 e 2010 a demanda deve crescer, devido à Copa do Mundo.”


 

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