A Basf, multinacional química alemã, anunciou ontem que a sua divisão de agronegócios ampliou em 41% as vendas trimestrais na região da África, Oriente Médio e da América do Sul, na qual o Brasil está incluso. O crescimento refere-se aos valores em euros. Em moedas locais, as vendas cresceram 49% na comparação do primeiro trimestre de 2007 com o mesmo período do ano passado.
A alta do trimestre reflete em um volume global de 14,6 bilhões de euros. As vendas para a América do Sul totalizaram aproximadamente 2,4 bilhões de euros no ano passado. “A recuperação do mercado do Brasil, nosso principal parceiro na América do Sul, foi muito importante. A divisão de produtos para agricultura na região contribuiu para a nossa expansão”, diz Michael Heinz, presidente mundial da divisão de produtos para agricultura.
Os investimentos da divisão no Complexo Químico da Basf em Guaratinguetá (SP) serão entregues no próximo semestre de 2007, segundo informou Walter Dissinger, vice-presidente de produtos para agricultura para a América Latina e Química Fina para a América do Sul.
A companhia divulgou ontem que tem planos de investimentos de até 7,24 milhões de euros para o Brasil, de um total de 252 milhões de euros entre 2007 e 2011 para a América do Sul.
O aporte para investir na região é destinado, em maior parte, à modernização de seus processos de produção nos segmentos de produtos para agricultura e dispersões.
A empresa anunciou no final do ano passado o aporte de 7,24 milhões de euros para o Brasil. O investimento se refere a pesquisas e desenvolvimento no País que também incluí outras unidades para produção. “Duas estações de pesquisas no Brasil prestam serviços globais”, conta. Segundo o executivo, o aumento de vendas globais foi de 17% em comparação com o mesmo período do ano passado, sendo que o seu lucro antes dos juros e taxas, o Ebit, foi superior em 13% antes de itens especiais. Já seus lucros para produtos químicos saltaram 98% no mesmo período registrado. O Ebit antes de itens especiais passou de 21 milhões de euros para 53 milhões de euros.
Já as vendas mundiais de defensivos agrícolas da multinacional alemã, somaram 897 milhões de euros, no primeiro trimestre do ano. O resultado é 3% menor que os 928 milhões de euros no período igual ao do ano passado. A companhia atribui a retração à venda de uma unidade de genéricos da América do Norte e da desvalorização do dólar americano. Entretanto, o resultado 5% maior no Ebit reflete os sinais de recuperação do setor agrícola no Brasil.
Mercado fundamental para a Basf, o Brasil está fazendo corretamente o “dever de casa” para se destacar na participação mundial do grupo.
De acordo com Dissinger, o país é responsável por cerca de 70% do negócio de produtos para agricultura na América do Sul: “O Brasil será em agricultura o que a China é em manufaturados. O País é líder em produção de produtos como café, suco de laranja e açúcar, o que faz a Basf investir em novos produtos para atender essa demanda”, conta Dissinger.
Cooperação
A Basf anunciou, no final de março, acordo de até 15 anos para colaboração com a Monsanto. A parceria será para pesquisa e desenvolvimento (P&D) e comercialização em biotecnologia vegetal direcionada ao desenvolvimento de culturas de maior rendimento e culturas mais tolerantes a condições ambientais adversas, tais como a seca. No período, as duas empresas irão investir em conjunto o montante de 1,2 bilhão de euros ou US$ 1,5 bilhão para financiar o portfólio de culturas. “A Basf está empenhada em lançar no mercado mundial novos produtos e o etanol deverá ser um dos principais produtos puxadores de demanda no setor”, constata Dissinger.
Fertilizantes
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, pediu na terça-feira a colaboração do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) na elaboração de propostas para o setor de fertilizantes. Desde o fim de 2006, esses insumos tiveram alta de aproximadamente 40% devido à demanda mundial aquecida.