fonte: Cepea

Recuperação de renda do produtor esquenta os debates no Agrocafé

Regulamentação e abertura de mercados, inovação, subsídios agrícolas. Estas foram algumas das alternativas apontadas por produtores, pesquisadores e políticos para tentar reverter o quadro de queda na rentabilidade da cafeicultura. As propostas foram apresentadas durante o painel “Recuperação de Renda do Produtor”, realizado na tarde de segunda-feira (3) durante o 9º Simpósio Nacional do Agronegócio Café – Agrocafé, que está sendo realizado até quarta-feira no Pestana Bahia Hotel, em Salvador.


Otimista em relação à atualidade da cafeicultura brasileira, o pesquisador Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola – IEA, apontou a queda da oscilação entre o maior e o menor preço oferecido por saca do produto como um dos fatores que podem elevar a rentabilidade dos produtores. “Dessa forma, o cafeicultor já não precisa mais ficar temerário em relação ao melhor momento para vender sua safra. E isso é muito bom para a cafeicultura”.


Como avaliou o pesquisador, os indicadores econômicos vêm demonstrando que a cafeicultura brasileira está cada dia mais organizada, permitindo o fortalecimento do setor. “Hoje, temos um incremento de uma saca de café a cada três safras. Um índice que nenhum outro país consegue repetir. E isso se deve a fatores como produtividade casada com inovação, melhor uso da tecnologia de manejo, como adensamento, poda, colheita mecânica e irrigação”.


Sem tanto entusiasmo em relação a este quadro, o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado Carlos Melles, apontou a limitação da oferta de café como possível saída para estabilizar a rentabilidade da cafeicultura no país. “Pela primeira vez na história o país não tem um estoque de café. E esta recomposição de estoque pode elevar a rentabilidade dos produtores”. Ele disse que o governo administra mal os estoques de café, por exemplo, vendendo a preços abaixo do custo de produção.


Elevando o tom do discurso, o deputado teceu duras críticas pela ausência de uma política efetiva para o setor cafeeiro. Para Carlos Melles, o Brasil precisa aderir à moda mundial de subsidiar o agronegócio. “Temos competência técnica e organizacional para desenvolver nossas atividades, mas falta a força política”. Na avaliação do parlamentar, todos os produtores do mundo aguardam ansiosos pelas decisões políticas do Brasil. “E o Brasil vem brincando com a política agrícola”.


Também preocupado com a situação atual da cafeicultura brasileira, o produtor Luiz Hafers, diretor do Departamento de Café da Sociedade Rural Brasileira, falou sobre “Soluções de Negócios para a Crise do Café”. Com declarações provocativas, Hafers disse considerar a união entre todos os envolvidos na cadeia produtiva como uma das vias para elevar a rentabilidade do setor. “Precisamos trabalhar juntos com os torradores, com os exportadores, para chegarmos às soluções dos nossos problemas”. Segundo Hafers, o setor precisa estar atualizado com o cenário mundial, atendendo a demanda pelo produto brasileiro.

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