O Brasil se prepara para uma safra recorde também de café. A estimativa da colheita de 50,4 milhões de sacas, um crescimento de 16% frente ao ano passado, já estimula a queda de preços da bebida preferida dos brasileiros. Nos últimos quatro meses, a saca (60 quilos) sofreu desvalorização próxima aos 20%. E para evitar que os preços da commodity despenquem forçando a entrega do grão abaixo do custo da produção, o que compromete as safras futuras, o governo anunciou recursos de R$ 4,5 bilhões para estocagem. O valor é mais que o dobro da verba disponibilizada no ano passado, que não alcançou R$ 2 bilhões.
A partir de junho, serão liberados R$ 2,5 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e R$ 2 bilhões de bancos privados. A intenção é que a safra colhida em três meses seja negociada ao longo de 12 meses. Os estoques fazem parte da estratégia para evitar que uma grande quantidade do grão inunde o mercado, derrubando os preços. Breno Mesquita, presidente da Comissão de Café da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), aponta que os recursos vão garantir preços firmes em patamares iguais ou superiores aos atuais R$ 390. “O custo da produção varia de R$ 250 a R$ 400 por saca.”
Segundo Breno, a reserva mundial está baixa, são 20 milhões de sacas para um consumo de 139 milhões de sacas/ano. Já o estoque nacional é equivalente a dois meses de consumo. A linha de crédito vai ter taxas anuais de juros variando de 6,5% a 6,75%, com carência de seis meses. (MC)