Receita das cooperativas do Paraná cai até 24%

21 de fevereiro de 2006 | Sem comentários Comércio Cooperativas








Receita das cooperativas do Paraná cai até 24%
Curitiba, 21 de Fevereiro de 2006 – A quebra na safra de grãos, a redução dos preços de várias commodities e a valorização do real derrubaram o faturamento das principais cooperativas agropecuárias do Paraná. A primeira safra de balanços já mostra um recuo de até 24% nas receitas, como é o caso da Coamo Agroindustrial, maior cooperativa integrada da América Latina, com 18,5 mil associados e sede em Campo Mourão(PR). As receitas totais da cooperativa encerraram 2005 em R$ 2,93 bilhões, 24,8% menores do que os R$ 3,9 bilhões registrados em 2004.

“O ano de 2005 foi muito difícil, tivemos a continuidade da pressão inflacionária, que fez com que o governo mantivesse a política de elevação da taxa básica de juros; a valorização da moeda brasileira; e ainda a estiagem no mês de fevereiro, que provocou uma das maiores frustrações de safra dos últimos anos”, disse o diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. Parte desse resultado veio da queda das exportações, afetadas também pelo câmbio. Ao todo a Coamo exportou 1,72 milhão de toneladas, com receitas de US$ 356,04 milhões em 2005. No ano anterior, os volumes tinham batido a marca dos 2,2 milhões de toneladas e receita de US$ 449,8 milhões.

Apesar do aumento do recebimento de soja de 540 mil para 560 mil toneladas, a Cocamar Agroindustrial, de Maringá, no norte do Paraná, sentiu os efeitos da queda na produção de milho, trigo, algodão em caroço e café e encerrou 2005 com redução de 17% no seu faturamento, que totalizou 958 milhões. O aprofundamento da crise do agronegócio, causada principalmente pelos baixos preços dos produtos, provocou também redução nas compras por parte dos produtores.

Os baixos preços pagos pela soja também reduziram o faturamento da Integrada, de Londrina, no norte do Paraná. “Em volume de produção, recebemos cerca de 5% a mais ( total de 507 mil toneladas) que 2004, apesar da estiagem que afetou a produtividade da soja. Mas, infelizmente, os baixos preços pagos pelo grão afetaram a rentabilidade e, mesmo aumentando o volume, faturamos R$ 100 milhões a menos com a comercialização da soja”, disse o superintendente da Integrada, Jorge Hashimoto.

Na contramão do setor, a Frimesa, que congrega as cooperativas Copagril, Lar, Copacol, C.Vale e Cooperlac e tem sede em Medianeira, no oeste do Paraná, conseguiu ampliar em 4% as vendas, para R$ 489 milhões. Com foco nas áreas de leite e suínos, a cooperativa escapou da crise investindo em produtos industrializados, de maior valor agregado, como leite condensado, creme de leite, bebida láctea, queijos e néctares de frutas. No ano passado a Frimesa informou que teve uma recepção média de 730 mil litros de leite por dia, o que representou um crescimento de 2% em relação ao ano anterior. Cerca de 27% do leite foi destinado à pasteurização.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Cristina Rios)

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