Realizado pela Embrapa e Governo de Rondônia, o evento contou também com apoio da IWCA Brasil

O 1º Encontro das Mulheres do Café de Rondônia promoveu uma verdadeira conexão global e muita troca de experiências.

 


A atuação das mulheres no setor do café, com seus desafios e potenciais, foram amplamente discutidos por especialistas do Brasil, Ásia e Europa. O evento aconteceu no dia 24/5, em Ji-Paraná (RO), durante a 7ª Rondônia Rural Show. “Trabalhe com a coragem da sua mente, a força de suas mãos e a paixão no seu coração”, disse a indiana Sunalini Menon, embaixadora do café na Ásia, em uma das palestras mais esperadas do dia. Com esta frase, ela conduziu a apresentação sobre os mais de 40 anos de sua atuação no mundo do café. Sobre Rondônia, ela pontuou a riqueza de aromas e sabores que pode ver no campo e os desafios que precisam ser superados para que isso chegue à xicara.


Neste contexto, Sunalini Menon destacou o papel importante das mulheres no processo, no emprego de sua sensibilidade e força de trabalho, em todas as etapas da cadeia do café. A especialista em cafés especiais, Josiana Bernardes, atua em todos os países produtores e concorda com Menon. Para ela, o empoderamento das mulheres do café não é uma segregação, mas uma união de esforços e valorização da atuação das mulheres no setor como um todo. “É preciso que a mulher tome consciência da importância de seu papel no setor do café e possa utilizar seus potenciais. Precisamos somar”, afirma. Tanto Josiana Bernardes como Sunalini Menon fazem parte da Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA.


A diretora da IWCA Brasil, Cristiane Yuki Minami, destacou a atual situação das mulheres na cadeia do café.  Elas são sub-representadas em lideranças de comunidades, cooperativas e grupos de produtores. Assim como têm mais dificuldade em promover seu produto e otimizar ganhos. Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2016) demonstram que as mulheres são aproximadamente 43% da força de trabalho no campo em países em desenvolvimento e estão em desvantagem por possuírem menos posses, títulos, acesso a informação e serviços. Entretanto, têm mais responsabilidades familiares e convivem diariamente com jornadas duplas ou triplas de trabalho.


Segundo Yuki Minami, as mulheres precisam se organizar e buscar inserção nos mais diversos espaços no mundo do café. “Sou associada da IWCA desde 2016 e tive a oportunidade de participar de eventos, melhorar minha rede de contatos e negócios, o que viabilizou a exportação para os Estados Unidos de cafés que eu e minha família produzimos”, comenta.


A “Juan Valdez” de Rondônia


O Governador de Rondônia Daniel Pereira, em sua fala, valorizou a importância da mulher no ambiente produtivo. Destacou o dinamismo e a capacidade em assumir diversos papéis como uma qualidade intrínseca do sexo feminino. Finalizou agradecendo a presença da meeira Dona Lena, exaltando que Rondônia tem, na figura de uma mulher, a personificação da nova fase da cafeicultura do estado.  “Se a Colômbia tem o Juan Valdez, nosso estado está muito bem representado pela Dona Lena!”, concluiu.


A história da Dona Lena se confunde com a cultura do café. Foi trabalhando nas lavouras que ela conseguiu vencer as adversidades e criar seus filhos com dignidade. “Se não for a gente no campo não existe café na cidade, na sua mesa ou no escritório. Vamos tratar o café com carinho e incentivar as pessoas no campo”, resume Dona Lena resume, sob aplausos de uma plateia formada por mulheres e homens das mais diversas áreas da cafeicultura.


Jornada dos Robustas Amazônicos destaca o papel das mulheres na cafeicultura


O 1º Encontro das Mulheres do Café de Rondônia é uma das ações da Jornada dos Robustas Amazônicos (https://bit.ly/2KbVMlj), que realizou diversas atividades de 21 a 25 de maio na capital e no interior de Rondônia. Um pouco do trabalho das mulheres do café de Rondônia pode ser visto no capítulo 14 do livro Mulheres dos Cafés do Brasil (https://bit.ly/2L56wkU) e na Revista Cafés de Rondônia (https://bit.ly/2sfUM8i). “A Jornada pode ser considerada um marco na cafeicultura do estado, pelo bom momento que o café está vivendo e pela evolução da cultura, perceptível no aumento da produção e produtividade e ainda caminhando para melhoria da qualidade”, destaca o pesquisador da Embrapa Rondônia Enrique Alves.


A Jornada foi uma realização da Embrapa e do Governo de Rondônia, por meio da Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura – SEDI. Conta com a parceria da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS, do Consórcio Pesquisa Café, da Secretaria de Estado da Agricultura – SEAGRI e da Amazônia Coffee. Tem também o apoio da Emater-RO, Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil, Sub-capítulo de Rondônia, da Plataforma Global do Café – P&A e do Banco do Povo.

Fonte: Embrapa Rondônia

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.