03/08/10
As cotações do café caíram na Bolsa de Nova York ontem pressionadas por realizações de lucro sobre os ganhos da sexta-feira, quando os preços atingiram o maior nível em 12 anos. O contrato para setembro, o mais negociado, caiu 2,16% para fechar em 172,50 centavos de dólar por libra-peso. O grão ficou mais caro após duas safras consecutivas de baixa produção na Colômbia e na América Central, regiões fornecedoras de café arábica de boa qualidade. Isso provocou uma queda considerável nos estoques na Bolsa nova-iorquina, o que atraiu o interesse de especuladores, como bancos e fundos de investimento.
Alguns analistas, contudo, consideram que os atuais fundamentos de oferta e demanda não justificam preços tão altos para a commodity. Os produtores de café da América Central iniciam a colheita da nova safra em setembro e já começaram a fixar preços na bolsa, o que pode indicar pressão no mercado à frente. Em Chicago, as cotações do trigo continuaram a subir ontem por causa da seca na Rússia. O contrato com vencimento em setembro alcançou o maior preço em 23 meses (US$ 7,1125), mas fechou um pouco abaixo, em alta de 4,8%, cotado a US$ 6,9325 por bushel. Antes da seca, Rússia e Ucrânia deveriam suprir 18% do comércio mundial do cereal. A dúvida é quanto desse volume restará para ambos exportarem. Esse mercado também tem atraído o interesse de fundos.