O Rabobank revisou para baixo a sua estimativa para a safra brasileira de café, cuja colheita se inicia entre abril e maio.
São Paulo, 06 – A produção deve alcançar 56,8 milhões de sacas de 60 kg, das quais 41 milhões de sacas de arábica e 15,8 milhões de sacas de robusta (conilon). Anteriormente, o banco projetava 59 milhões de sacas.
O agente financeiro cita a ocorrência de pragas, que podem comprometer parcela das lavouras. “Vimos uma alta incidência da cochonilha da roseta em áreas de robusta. Os cafezais de arábica apresentavam-se saudáveis, com exceção de alguma ocorrência de cercospora. A broca parece ser um problema menor este ano, mas ainda é cedo”, informa o banco.
No relatório, o Rabobank relata que, apesar de ainda ser um recorde, a previsão para a safra brasileira está abaixo das expectativas de cerca de 60 milhões de sacas esperadas por outras pesquisas privadas. O agente financeiro reconhece que sua estimativa está em contraste com a expectativa média do mercado de uma safra maior que 60 milhões de sacas.
Segundo o Rabobank, a produção de arábica pareceu “surpreendentemente alta” em algumas áreas, mas a maior surpresa veio do sul de Minas Gerais, principal região produtora de café arábica do Brasil, onde foram constatadas lavouras com carga de café mais fraca do que no ano passado.
Já a produção de robusta, embora houvesse expectativa de uma recuperação da produção no Espírito Santo, “a realidade era bastante diferente”, por causa da propagação de pragas, cuja incidência era grande, talvez em virtude do tempo seco. “Quase metade das fazendas pesquisadas no Espírito Santo foi prejudicada por pragas, e a perda média dessas fazendas é de quase 30%.” “A precipitação constante é necessária para evitar uma maior expansão da área afetada”, conclui o banco.
Técnicos do banco realizaram a pesquisa viajando por cerca de 5 mil km “no coração da produção de café do Brasil”, visitando cerca de 250 fazendas.