Rabobank: Exportações brasileiras de café estão se recuperando
Em report mensal, banco destaca os embarques de conilon que registraram um aumento de 678% em relação a novembro do ano passado
Por Rabobank
Apesar dos recentes problemas logísticos no Porto de Santos (aumento nos atrasos nos embarques de produtos), as exportações brasileiras de café mostraram um resultado positivo. Em novembro, foram embarcadas 4,3 milhões de sacas (60kg), um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
Em 2023, as exportações vêm se recuperando e, atualmente, estão apenas 3% menores frente a 2022 (até julho de 2023, as exportações acumuladas estavam 15% menores), alcançando 35 milhões de sacas em 2023 (jan – nov).
Vale ressaltar o excelente desempenho dos embarques de conilon. Em novembro, foram exportadas 856 mil sacas, um aumento de 678% em relação ao ano anterior. Neste ano, foram embarcadas 4,1 milhões de sacas, alta de 186% frente a 2022 (jan-nov).
A relação de troca em dezembro apresentou melhora, sendo necessárias 2,1 sacas (60 kg) de café para comprar 1 tonelada de fertilizante (fórmula 20-05-20), uma queda de 15% em relação ao mês anterior e 32% menor do que em dezembro de 2022 (quando eram necessárias 3,1 sacas de café para comprar 1 tonelada de fertilizante).
Além do aumento dos preços de café arábica no mercado doméstico, que aumentaram em média 7% em relação ao mês anterior (até 14 de dezembro de 2023), os preços dos fertilizantes (ureia e potássio) tiveram uma leve queda nos últimos 30 dias. Segundo nossa equipe local, os preços dos fertilizantes devem permanecer estáveis nas próximas semanas.
Os preços domésticos de café arábica continuam em tendência de alta. Em novembro, subiram 7% em relação ao mês anterior. E em dezembro, continuaram a se valorizar, com uma média de BRL 954/saca, um aumento de 7% frente a novembro. Além das preocupações com o clima no Brasil (baixa precipitação e onda de calor intensa em novembro), os baixos estoques certificados em Nova York (apesar da recente recuperação, ainda próximos dos menores níveis dos últimos 24 anos) e os problemas logísticos no Porto de Santos, podem estar associados à recente valorização.
A precipitação abaixo da média em novembro nas principais regiões produtoras de café, juntamente com as altas temperaturas, gerou preocupações em relação à próxima safra brasileira 2024/25.
Apesar das condições climáticas adversas, a situação permanece promissora nas regiões produtoras de café arábica, especialmente no Sul e Leste de Minas Gerais. A situação é um pouco mais preocupante nas regiões produtoras de café robusta, especialmente em Rondônia e Bahia. Nossos resultados preliminares (após Crop Tour) indicam uma queda na produção em Rondônia entre 5 a 10% (cerca de 200 mil sacas) em 2024 em comparação com 2023. No entanto, o estado do Espírito Santo (principal região produtora de café conilon) ainda tem potencial para uma boa colheita.
As chuvas retornaram em dezembro, mas é essencial monitorar sua continuidade nas próximas semanas.