CONOMIA
23/04/2009
R$ 550 mi para ajudar cafeicultura
Marinella Castro
Depois de correr contra o tempo, a cafeicultura brasileira vai ganhar fôlego extra para colher e comercializar a próxima safra. O governo federal autorizou a liberação de R$ 550 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). De acordo com norma dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Fazenda, serão liberados até R$ 100 milhões para operações de custeio e R$ 450 milhões para colheita. A portaria, publicada ontem no Diário Oficial da União, foi bem recebida pelo setor produtivo, já que chega no início da colheita, que começa em maio. Minas Gerais deve receber aproximadamente 50% dos recursos, uma vez que responde por 50% da produção nacional, que este ano deve atingir 36 milhões de sacas.
O dinheiro será liberado por meio do Banco do Brasil, instituições privadas e cooperativas de crédito. O coordenador da Comissão do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, diz que os recursos foram liberados em um momento crucial, e a expectativa é de que o setor ganhe prazo para negociar a safra. “Com esses recursos os agricultores poderão fazer estoque para comercialização futura, recebendo um preço melhor pelo produto.” Por outro lado, Mesquita defende que o endividamento do setor não pode servir como argumento para que o recurso liberado fique preso no sistema financeiro.
Segundo o presidente da Comissão do Café da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), João Roberto Puliti, o financiamento deve ser liberado em linhas de R$ 4 mil por hectare. “O café é um xadrez. Deixar de colher para evitar perdas com preços aviltantes pode trazer prejuízos ainda maiores na próxima safra”, diz, ressaltando que a saca de 60 quilos, cotada a R$ 250, está abaixo do custo, próximo a R$ 320.