Publicação: 04/05/07
Atraído pelos negócios do café e fascinado pelo sucesso da torrefadora italiana Illycaffè, com faturamento estimado em US$ 320 milhões no ano passado, o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, já pensa em se tornar o “dr. Ernesto Illy brasileiro ou o Quércia italiano”. Segundo diz, a italiana é uma das empresas que mais ganha mercado na venda de café de alta qualidade no mundo.
“Estamos de olho nele, queremos seguir o que Illy faz”, disse Quércia. O ex-governador, que é filho de tradicional família produtora de café, afirma ter muita gente no mercado atraída pelos negócios do café de “boa qualidade”. “Existe um mercado bom para os cafés especiais que se diferem pelo manejo”, complementa Quércia.
Para ele, quem não produzir café de qualidade não deve permanecer no mercado. De olho neste nicho, Quércia já deu o ponta pé nos negócios até nos Estados Unidos. No mês passado, o grupo Octavio, que cuida dos negócios do café do ex-governador, assumiu o controle da torrefadora americana Dallis, comprada por quase R$ 8 milhões. Sem querer falar do retorno da aquisição, Quércia diz que o foco da torrefadora é no crescimento das vendas. Nos próximos dois meses ele pretende inaugurar uma filial da torrefadora no Brasil, que está sendo construída na fazenda Nossa Senhora Aparecida, onde são cultivados 1,25 milhão de hectares. Na atual safra, a produção de cafés na fazenda será de 22 mil sacas (60 quilos), destinada ao mercado externo e interno. Metade da matéria-prima utilizada pela Dallis virá da fazenda. Só com a comercialização de café em grão ele espera multiplicar o faturamento atual entre R$ 12 milhões e R$ 14 milhões nos próximos três anos.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(V.M.)