Queda na safra de café em Minas Gerais pode chegar a 15%

Por: DCI por Guilherme Rios

A queda na produção de café, em 10% e 20%, no Sul de Minas Gerais e Na Zona da Mata, respectivamente, pode causar uma redução na safra global do estado que mais produz café no Brasil, com mais de 50% da produção. As informações são do coordenador do Centro de Informações do Agronegócio (Ciagro), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Valdo Camilo.


Segundo o coordenador, a queda na safra poderá chegar a 15%. “A região mais atingida pela seca foi a Zona da Mata e a produção de aproximadamente 6,65 milhões de sacas, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deve ficar em 5 milhões”, diz ele.


Camilo afirma que a seca ocorreu bem no período de enchimento dos grãos. “Além do prejuízo causado pela quebra, a produção perde em rendimento, pois os frutos ficam menores e diminuem a sua classificação por peneira” diz ele.


O Sul de Minas, responsável por cerca de 50% da produção de café do estado, deve sofrer redução de até 10% na produção. Além da seca, o excesso de chuva ocorrido no final de 2005, causou a incidência de um complexo de fungos, que além de causar o aborto das flores, prejudicam a qualidade do grão. “Trata-se de um complexo de fungos, com predominância dos fungos colletrotrichum sp. e phoma sp, que causam a mumificação das flores do café e dos chumbinhos — grão em formação — e abortam os mesmos” disse o consultor em café irrigado e membro do conselho técnico da Fundação BA, Marcos Antônio Pimenta Menezes.


O coordenador do Ciagro estima que a região do Sul de Minas, que é tradicionalmente reconhecida pela produção de cafés finos, deverá produzir cerca de 10 milhões de sacas, número inferior aos 10,9 milhões apurado pela Conab. “Além do prejuízo causado pela queda de produção, a qualidade dos grãos deverá ser prejudicada.”


Assim como na região sul do Estado de Minas Gerias, o cerrado também sofreu com a infestação do fungo. “Em regiões com altitude superior a mil metros, esses fungos poderão causar danos de até 30% em algumas propriedades” comenta o vice-presidente do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, Aguinaldo Lima.


O executivo diz ainda, que um problema fisiológico, causado pela instabilidade climática, está preocupando os cafeicultores da região. “Os grãos apresentam aparência sadia por fora, mas por dentro eles ficam pretos, parecem estar cozidos. As fazendas situadas em regiões abaixo de 800 metros apresentaram esse sintoma” explica Lima. “Ainda não sabemos quais serão os danos econômicos disso”, completa.


Menezes explica que as altas temperaturas, aliadas com a baixa precipitação e umidade no período, causaram um distúrbio interno na planta. “A instabilidade climática está mudando o comportamento das doenças do cafeeiro”.

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