13/07/2009 – TV Gazeta
Em 1995 foram exportadas em torno de 5 mil toneladas, já em 2003 foram 41 mil toneladas, no ano passado a exportação caiu para 30 mil
Redução no tamanho das empresas, renegociação de financiamentos, busca por atividades menos arriscadas e redução de gastos. Estas são as orientações para 2010 aos produtores do setor de agronegócio que sofrem com as consequências da crise financeira mundial. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mamão Papaya, Roberto Paca, mais de 50% dos empregados que trabalhavam com mamão, no Norte do Espírito Santo, foram demitidos em menos de um ano.
“A área de mamão plantada é menos da metade em relação a de um ano atrás, isso por conta da desvalorização da moeda e do atrativo para a exportação. Houve uma queda considerável na produção. Em 1995 foram exportadas em torno de 5 mil toneladas, já em 2003 foram 41 mil toneladas, no ano passado a exportação caiu para 30 mil, e não temos expectativas para que este número se repita neste ano, contamos agora com o inverno que é uma estação desfavorável pra o cultivo do produto”, afirmou Paca, em entrevista a Rádio CBN nesta segunda-feira (13).
Segundo o presidente da associação, o setor atravessa uma crise desde maio de 2004 com a desvalorização do dólar, mas o ponto crítico foi a partir do último trimestre de 2008. O sistema de negociação utilizado entre as exportadoras e os produtores até 2007 era baseado em contratos que garantiam no mínimo o custo da produção, com a desvalorização do dólar tornou-se inviável para as exportadoras praticarem este tipo de contrato.
“Apesar de toda esta dificuldade, o Espírito Santo ainda é o maior exportador de mamão papaya no cenário nacional”. Roberto Paca disse também que o café não apresenta os melhores preços e a atividade agroflorestal está muito prejudicada. As outras principais diversificações do Norte do Estado para o produtor é o investimento na produção de borracha, madeira, café, maracujá, coco e banana.
Recuperação
No entanto, nem tudo está perdido. Segundo diretor executivo do Centro para o Desenvolvimento do Agronegócio no Espírito Santo, Everton Mansur, o mercado está se recuperando lentamente.
“As empresas e os produtores rurais dependem muito do mercado externo, que foge do nosso controle. Depende das políticas dos outros países compradores. Os produtores rurais deveriam se preocupar com os desperdícios, além de conhecer o custo da produção, para saber agir em momento de crise”. Mansur acrescentou ainda que os setores mais afetados pela crise financeira são: borracha, madeira – principalmente celulose – e o mamão.