11/02/2014 | Café
As perdas em decorrência da seca e das altas temperaturas na safra de café de Minas Gerais que será colhida este ano (a 2014/15) devem alcançar cerca de 20%, de acordo com o consultor e pesquisador da Fundação Procafé, José Braz Matiello. A Conab prevê que a produção no Estado, responsável por cerca de metade da safra brasileira de café, será de 26,640 milhões de sacas no ciclo 2014/15, com variação de 2,9% para mais ou para menos.
Matiello tem percorrido várias regiões produtoras de café do Estado e afirma que, em alguns locais, como na Zona da Mata, as perdas poderão chegar a 30%. O que se vê nas lavouras são grãos ocos – ficam apenas com a casca e não vão formar a semente que dará origem ao grão de café. “Não compensa colher”, diz Matiello, referindo-se a esses grãos. Já outros grãos tiveram o desenvolvimento afetado e ficaram menores, segundo ele.
Os efeitos da atual seca também devem ser sentidos na próxima safra, a 2015/16, que será colhida ano que vem, de acordo com Matiello. O crescimento dos ramos dos cafeeiros pode ser afetado, assim como o da chamada gema floral, onde se formam os novos botões de flores que se transformarão em frutos no ano que vem.
Chuvas mais intensas em São Paulo, Minas Gerais e sul do Rio de Janeiro estão previstas somente para os dias 19 a 25 deste mês, segundo Gustavo Verardo, da Somar Meteorologia.
A estiagem também traz prejuízos à cafeicultura do Espírito Santo, segundo maior produtor nacional do grão e o maior da espécie robusta (conilon). Cooperativas e sindicatos rurais projetam, preliminarmente, queda de 20% na produção ante a estimativa inicial de 12 milhões a 12,5 milhões de sacas (arábica e conilon) em 2014/15, conforme Evair Vieira de Melo, diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Fonte: Carine Ferreira/ Valor Econômico