Apesar das chuvas nos últimos dias, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) aponta que as perdas na produção de café na região do Sudoeste de MG não serão revertidas. Para a safra de 2014/2015 estava estimado um total de 1,8 milhão de sacas beneficiadas de 60 quilos e, devido ao período de estiagem, a perda será de 17,6%, sendo colhidas 1.558.565 de sacas no período.
O coordenador técnico regional da Emater, Frederico Ozanam, conta que a falta de distribuição de chuvas para o desenvolvimento da cultura influenciou na quebra da safra.
“O período em que a chuva era extremamente importante para o desenvolvimento da cultura não veio. Os grãos que serão colhidos não tiveram a maturação completa e as chuvas fora desse período são importantes para a planta, porque para a produção atual não terá mais influência”.
O grão mal formado representa perda de produção e qualidade ao produtor, além do aborto da floração para a próxima produção. “Claro que as chuvas vão beneficiar os produtores que estão realizando o plantio e o replantio do café. Temos um total de 9.246 produtores e uma área plantada de 76.683 hectares. E o que podemos ver é que as perdas para a safra 2014/2015 não serão revertidas”.
Na avaliação do coordenador, a quebra traz danos econômicos e sociais para todo o País, e principalmente para a região, pois o Sul de Minas é responsável por 50% de todo café produzido no Brasil.
“O mercado do café fica comprometido pela falta do produto, a geração de emprego também, e no âmbito social regiões são fomentadas pela agricultura e a redu&cced il;ão da produção também pode afetar o consumidor”.
Entre as maiores cidades produtoras, Ibiraci lidera por ter uma área plantada de 10.570 hectares e uma produção de 200.830 sacas. Piumhi também é listado com um plantio de 10.350 ha e um total de 186.300 sacas produzidas.
E por fim, Carmo do Rio Claro com uma área plantada de 9.415 hectares e uma produção de 169.470 sacas.
Frederico ainda destaca que a forte estiagem atinge também as cooperativas, que ajudam na comercialização do produto. “Sempre orientamos aos produtores a trabalhar coletivamente e optar pelo associativismo, pois fortalece a região produtora. Mas, por outro lado, a mesma não tem como atuar efetivamente quando se trata de questões climáticas”.
Entretanto, o coordenador analisa que o mercado para comercialização do café está favorável e absorvendo a produção.
“A agricultura é um segmento de distorções, por exemplo, a previsão de preço da saca de 60 quilos está em m&eac ute;dia R$ 597,00, sendo um valor interessante. Mas isso sempre ocorre quando o produto está em falta, pois quando o produtor tem o produto custa encontrar um preço bom”.
Fonte: Folha da Manhã (Leiliane Morais)