Que valores transmitir na marca “Cafés do Brasil” ?
Ao longo dos últimos anos anos, é notório a discussão sobre as questões ambientais nas diversas esferas governamentais e não-governamentais. A preocupação com o planeta vem despertando o interesse de empreendedores e empresas visionárias que transformaram o tema em oportunidade de negócio.
Mas como extrair do tema uma oportunidade de negócio?
Simples: Conhecendo o consumidor, identificando seus hábitos, tentando mapear suas aptidões, emoções e tendências.
Diante dessa premissa, é perceptível que algumas empresas fizeram o dever de casa e conseguiram identificar a preocupação do ser humano (consumidor) com o meio ambiente e os impactos causados pelo progresso, criando mais um “business plus” para a empresa.
Vejam a notícia veiculada na Veja on-line de hoje:
O ‘consumo verde’ transforma o comportamento dos ingleses
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/o-mercado-verde-em-expansao-no-reino-unido
Existem inúmeras ações sustentáveis ao redor do mundo, entre elas, gostaria de destacar o recente lançamento da Coca-Cola: A PlantBottle é a primeira garrafa PET feita parcialmente de material de origem vegetal (Etanol da cana-de-açúcar), reduzindo em até 25% as emissões de CO².
A Bunge Brasil também foi uma das vencedoras do Prêmio Top Ambiental 2011, com destaque para o Programa Soya Recicla – importante iniciativa da empresa, em parceria com o Instituto Triângulo, que orienta a população sobre a destinação adequada do óleo de cozinha usado.
É evidente também que no “Mundo Sustentável e Colorido” surgem oportunistas com idéias e conceitos falsos, que usam do argumento da sustentabilidade para focar na maximização dos lucros, gerando mais receitas e menos despesas.
Para estes oportunistas vai um recado: O consumidor não é idiota, portanto, lucre enquanto pode, pois seus dias estão contados!
Mas o que isso tem a ver com a marca “Cafés do Brasil” ?
Se considerarmos a “zona de conforto” em que o café brasileiro se encontra e ignorarmos as tendências que se observa no consumidor, principalmente os externos, muitos poderão concluir que as citações acima não têm muito a ver com o “Cafés do Brasil”.
Entretanto, aqueles que já perceberam e identificaram as tendências globais no consumo mundial de café, seguramente estão cientes da crescente demanda por cafés certificados e de alta qualidade, aproveitando do momento, que acredito ser oportuno, para redefinir algumas estratégias, largando na frente de muitos céticos que ainda acreditam que sustentabilidade é apenas mais uma moda passageira. Ledo engano!
Em um evento promovido pela ABDI, realizado na cidade de São Paulo a 2 ou 3 anos atrás, ouvi um case muito interessante do pessoal da cana, apresentado pela UNICA, que relatou a percepção do europeu em relação a produção brasileira de cana. Na ocasião, a UNICA citou que o europeu tinha a idéia de que o Brasil desmatava as suas florestas para produzir cana. Dentre as diversas ações adotadas, fizeram um intenso marketing em jornais, revistas e etc, com o propósito de desmistificar e rechaçar este conceito que o europeu tinha da cana brasileira.
Depois de ouvir o case da UNICA, fiz uma breve reflexão sobre os cafés do Brasil e encontrei alguns elementos que poderiam agregar valor a marca “Cafés do Brasil”, se fossem bem comunicados ao consumidor, de maneira que o gingante “Brasil” pudesse se apresentar ao mundo, não somente como o maior produtor de café, mas como um país comprometido com o social, ambiental e comércio justo.
Também é importante observar alguns indicadores dessa tendência da sustentabilidade no setor cafeeiro, os quais me refiro, identificados através das metas estelecidas pelas principais torrefadoras de café no mundo. A Kraft e a Sara Lee comunicaram aos seus consumidores, através de seus sites, a meta de elevar a compra de cafés sustentáveis em cerca de 25% e 20%, respectivamente, até o ano de 2015. A Starbucks também declara a compra de cafés 100% sustentáveis até 2015. A Nestlé e Tchibo também assumiram compromissos na compra de cafés sustentáveis até 2015.
A única coisa que não disseram é de onde virá todo esse café!!!
Por fim, gostaria de compartilhar de alguns desafios que poderiam agregar valor a marca “Cafés do Brasil”:
É isso pessoal!!!