Quase dois meses sem chuva
TELEJORNAL 14/09/2007
Wilson Kirsche
Quase dois meses sem chuva. O estado do Paraná sofre os efeitos da estiagem. A água está acabando. Os agricultores ainda não conseguiram plantar a próxima safra e o gado está sem comida.
Cinqüenta dias sem chuva forte. Uma das capitais mais frias do país sofre com a estiagem e o calor fora de hora. As represas que abastecem Curitiba começam a secar e o alerta contra queimadas em várias regiões está em nível máximo.
No interior do Estado, uma imagem nordestina: um trator leva água para a região de Diamante do Oeste, que está sem uma boa chuva desde maio. Córregos e açudes desapareceram. O abastecimento é um alívio para Seu Nilo de Oliveira e a mulher, que já estavam bebendo água suja, restinho da mina. “Quando eu vi que era água o meu coração encheu de emoção, de alegria!”, comemorou o agricultor.
A seca prolongada pode arruinar a safra de verão. No oeste do Estado o milho deveria ter sido plantado há duas semanas, mas ninguém arrisca jogar semente numa terra seca.
A falta de chuva prejudica a recuperação das pastagens. A produção de leite caiu 30% no Estado. Os criadores estão em apuros para alimentar o gado, que perde peso a cada dia que passa. Quem não tem silagem nem cana, apela para bagaço de laranja. Sem pasto e com pouca ração, uma fazendeira só alimenta os animais maiores, quase em ponto de venda. A bezerrada se vira com a grama seca. “Tá difícil, se não chover logo… tá judiando bastante”, diz.
A estiagem que produz cenas desoladoras desenha belos cenários no Estado. Em Maringá, o calor antecipou a florada dos cafezais, que ficaram branquinhos. Em Foz do Iguaçu, a vazão das cataratas foi reduzida à metade. As quedas secaram, deixando à mostra imensos paredões que também encantam os turistas