Os primeiros 10 dias de julho foram com chuvas bastante regulares e volumes bem acima da média em quase todas as regiões produtoras de café do Paraná, de São Paulo e Minas Gerais. A precipitação elevada prejudicou a colheita, que já está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado em alguns municípios. Além disso, o excesso de umidade tem prejudicado a qualidade dos grãos.
Regiões produtoras do norte do Paraná e do sul de São Paulo foram seriamente afetadas pelas chuvas de forte intensidade ocorridas na semana passada. Houve registro de granizo, resultando em perdas próximas a 100%.
– Vale ressaltar que essas perdas por granizo foram pontuais e, desse modo, não deverão influenciar na produção final do Estado – afirma o agrometeorologista da Somar Marco Antônio dos Santos.
Por outro lado, a chuva acima da média nesse começo de julho irá trazer uma redução na qualidade dos grãos.
..
– Muitas lavouras se encontram com grãos ‘passa’, e esse excesso de umidade acelera sua maturação – explica Santos.
Além da qualidade, muitos produtores têm reportado uma quantidade maior, esse ano, de grãos mais leves e mal formados, o que está diretamente associado à forte estiagem ocorrida em janeiro deste ano. Em Minas Gerais, as chuvas não foram tão volumosas, mas o tempo mais fechado tem atrapalhado algumas atividades de manejo. Produtores de café de Alfenas reclamaram do tempo mais úmido, o que prejudicou a secagem do grão.
Se a última semana causou apreensão no setor cafeeiro, as próximas semanas serão de alívio. Não há previsão para ocorrência de chuvas sobre as regiões produtoras de café de São Paulo e de Minas Gerais durante os próximos 15 dias. São esperadas apenas mais chuvas sobre as regiões produtoras do norte do Paraná. O tempo mais firme e seco previsto para as próximas semanas beneficiará a colheita e também a secagem dos grãos. Além disso, segundo a Somar Meteorologia, o frio não será o vilão dos cafeicultores neste inverno. Não há nenhuma previsão de temperaturas baixas a ponto de formar geadas, ou até mesmo frio que venha causar algum tipo de dano nos cafezais. Desse modo, tanto a produtividade quanto a qualidade dos grãos não devem sofrer impactos negativos, por conta do clima ao longo dessas próximas quatro semanas.
O excesso de chuva dos últimos dias mantém a umidade do solo acima de 90% no norte do Rio Grande do Sul, no oeste de Santa Catarina, no sul de Mato Grosso do Sul e no oeste e sul do Estado de São Paulo. No Paraná, chega a 100%. No litoral do Nordeste, a umidade do solo está com níveis em torno de 50% a 70%, especialmente na costa leste. Já no sertão do Nordeste, norte da Bahia, norte do Mato Grosso, Rondônia e Tocantins, o nível de umidade do solo é extremamente baixo.
Fonte: Canal Rural via CCCMG
..