Programa de certificação do café auxilia produtores a superar crise no setor

Programa de certificação do café auxilia produtores a superar crise no setor
(17/03/2009 14:08)
O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Anastasia, afirmou que a certificação das propriedades cafeeiras é uma forma de combater a crise que assola a cafeicultura. Ele participou, no último dia 13 de março, em Machado e Três Corações, de solenidades de entrega de certificados do Programa Certifica Minas Café para propriedades cafeeiras atendidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) nas regionais de Alfenas e Lavras.


“Na medida em que o Governo do Estado não tem instrumentos de política econômica que são privativos do Governo federal, o que nos cabe de fato é sermos criativos para darmos aos cafeicultores alternativas de agregar valor ao seu produto e uma delas é esse projeto Certifica Minas”, argumentou Anastasia.


O próximo passo será certificar o próprio produto, disse o vice-governador. “O Certifica Minas é um projeto muito importante do Governo de Minas, através da Secretaria de Agricultura, porque confere qualidade às propriedades produtoras de café. É uma primeira etapa, porque na segunda nós vamos certificar o próprio produto e é fundamental que haja isso, porque nós teremos condições, a partir de então, de termos mais valor agregado ao nosso café, ou seja, o valor do café comercializado por essas propriedades será mais alto. Nós teremos um valor maior, portanto a favor dos nossos produtores de café”, concluiu.


O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, afirmou que o Governo do Estado tem feito tudo para ajudar a cafeicultura, mas lembrou que algumas ações são de responsabilidade do Governo federal. “O Governo estadual assume e vai junto com os cafeicultores ao Governo federal. Agora, por exemplo, o Governo estadual, o governador, já agendou contato com o presidente da República e com o ministro da Fazenda para tratar do assunto. Eu sou encarregado pelo governador de receber essa pauta e levar a ele.”


Gilman Viana também ressaltou a importância do Certifica Minas Café. “Primeiro, é como se colocar um espelho diante da pessoa que quer crescer. Ele se avalia, sente que tem possibilidade e melhora. É um estímulo ao indivíduo através do café, na medida em que ele passa a ser estimulado a constatar que ele pode ser melhor amanhã do que é hoje, desde que ele se interesse por melhorar seu conteúdo de cultura, de conhecimento. Nós temos a ferramenta do conhecimento, nós temos a informação, temos os extensionistas e queremos oferecer isso aos produtores. É preciso que as pessoas demandem isso”, concluiu o secretário.


O presidente da Emater-MG e da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Extensão Rural (Asbraer), José Silva Soares, informou que o Comitê do Programa Mais Alimentos, do qual faz parte, vai propor ao Governo federal a inclusão dos cafeicultores como beneficiários. “Nós, da extensão rural, estamos trabalhando para que os produtores de café também possam adquirir tratores e máquinas agrícolas a um custo mais baixo e com melhores condições de pagamento”, explicou.


Ao comentar a adesão dos cafeicultores mineiros ao Certifica Minas Café, o presidente da Emater-MG lembrou que o processo de certificação, além de possibilitar o aumento do valor agregado do produto, contribui para melhorar a gestão das propriedades. “A qualidade é a melhor maneira de agregar valor, especialmente em um setor já tão competitivo como o café”, afirmou.


Esforço recompensado


Cerca de 400 pessoas participaram do evento em Machado, realizado no Centro de Excelência do Café do Sul de Minas. O produtor Guido Reguim Filho, proprietário do Sítio Guido Reguim e presidente da União dos Produtores de Cafés Especiais dos Martins (UNIPCAFEM), de Varginha, foi o representante dos cafeicultores certificados na cerimônia. Ele produz em uma área plantada de 8,2 hectares. “É muito importante receber a certificação, porque, ultimamente, o preço do café tem caído muito, e vejo o selo como alternativa para conseguirmos maior preço para nosso produto”, comemorou.


Os certificados foram entregues aos cafeicultores aptos a receber o selo emitido pela certificadora internacional IMO Control, da Suíça. O evento foi realizado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, por meio da Emater-MG, em parceria com a prefeitura municipal de Machado e com o Instituo Mineiro de Agropecuária (IMA).


Além do vice-governador, Antonio Augusto Anastasia, e do secretário Gilman Viana Rodrigues, participaram da cerimônia na última sexta-feira o diretor técnico da Emater-MG, José Ricardo Ramos Roseno, o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, o prefeito municipal de Machado, Roberto Camilo Órfão de Morais, e o presidente da Cooperativa Agrária de Machado e da Associação das Entidades de Café do Sul de Minas (ASCAFÉ), João Emygdio Gonçalves.


Produção controlada


Em 2008, 381 cafeicultores das quatro regiões produtoras do Estado foram aprovados nas auditorias do IMA e da certificadora internacional IMO Control, da Suíça, contratada pelo Governo estadual para emitir o selo do Programa Certifica Minas Café. Em 2009, a meta é certificar 800 propriedades de café e, até 2011, 1.500 propriedades de Minas Gerais.


O Certifica Minas é um Projeto Estruturador do Governo de Minas com a finalidade de atestar a conformidade das propriedades produtoras de café com as exigências do comércio mundial, possibilitando a abertura de novos mercados aos produtos mineiros. A coordenação é da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o projeto é gerenciado pelo IMA.


A execução das ações no campo e o acompanhamento técnico junto aos cafeicultores são feitos pela Emater-MG, que mantém equipe de 40 extensionistas rurais exclusivamente dedicados a acompanhar todo o processo de certificação, para que as propriedades alcancem os requisitos.


Durante o processo de acompanhamento para a certificação, os cafeicultores inscritos no Programa participam de cursos sobre o uso correto de agrotóxicos, manutenção e uso adequado dos equipamentos e manejo da lavoura, desde o plantio até a pós-colheita; e cuidados na armazenagem do café.


 

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