Na foto Frutos de café infectados com o vírus.
Com um grupo de docentes de alto nível, os professores da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) participam de pesquisas e desenvolvem projetos de importância internacional. Em 2014, a professora Dra. Thaís Ramalho Bean durante o doutorado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), com período sanduíche pela University of Kentucky USA, sequenciou e analisou o genoma completo do vírus do café pela primeira vez, publicando o artigo que foi capa de revista renomada Internacional.
O Coffee ringspot vírus (CoRSV) conhecido popularmente como vírus da mancha anular do cafeeiro é uma virose originária do Brasil e foi descrita pela primeira vez em 1938 no estado de São Paulo. “Esse vírus passou despercebido até no final da década de 90 onde foi observado em altas incidências em lavouras de café do Alto Paranaíba e no Triângulo Mineiro por meio de pesquisas de Figueira e Juliatti” comenta professora Thaís.
Em 2015, a professora Thaís Bean, já doutora em Agronomia/Fitopatologia, fez um estudo de detecção e levantamento do CoRSV e concluiu que o vírus estava presente em 100% das lavouras de café visitadas nas principais regiões produtoras de café do Brasil.
De acordo com a professora Thaís, o vírus é transmitido pelo ácaro Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae) e induz sintomas de manchas cloróticas circulares ou irregulares nos frutos, folhas e ramos de plantas de café. Esses sintomas são acompanhados de queda prematura das folhas, ocasionando assim uma diminuição na produtividade devido à redução da área fotossintética da planta. Além do mais, os frutos infectados possuem pior qualidade de bebida, além de serem mais facilmente infectados por outros patógenos.
“Embora não exista um produto químico para curar a planta do vírus, a identificação do vírus na lavoura e o controle do ácaro vetor são fundamentais para prevenir os danos”, explica a professora.
O Brasil é o maior produtor de café, sendo responsável por aproximadamente 35% de toda a produção mundial (CONAB, 2020). “Apesar do grande volume de produção, a qualidade da bebida nacional nem sempre atende às exigências do mercado internacional, em razão da falta de metodologia para processamento dos frutos e das condições climáticas que favorecem a ocorrência de pragas e doenças, que são consideradas as principais causas da depreciação da qualidade da bebida”, afirma a Dra. Thaís.
A professora Thaís esclarece que as principais cultivares de café arábica são suscetíveis ao vírus da mancha anular do cafeeiro, que está presente em todo território nacional. “Estima-se ainda que as mudanças climáticas terão um impacto negativo no suprimento global de café, não apenas em termos de impacto ambiental, mas também influenciando o surgimento de pragas e patógenos emergentes, como o CoRSV”, completa.
Pós-graduação em Proteção de Plantas
A Fazu está com inscrições abertas para o curso de Pós-graduação em Proteção de Plantas. O curso fornece informações sobre pragas e patógenos emergentes nas principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Saiba mais pelo fazu.br/pos.