AGRONEGÓCIO Agricultores baianos defendem a retirada das regiões de cerrado e caatinga da proibição de cinco anos para ampliar áreas de cultivo
ECONOMIA
22/03/2011
AGRONEGÓCIO Agricultores baianos defendem a retirada das regiões de cerrado e caatinga da proibição de cinco anos para ampliar áreas de cultivo
ALANA FRAGA
A isenção das regiões da caatinga e do cerrado na moratória de cinco anos para supressão de florestas nativas foi o principal destaque na abertura da 12ª edição do Agrocafé – Simpósio do Agronegócio do Café – aberto ontememSalvador.
Amoratória é uma das propostas do projeto de regulamentação do Código Florestal, em tramitação no Congresso.OArtigo 47 do projeto é o principal ponto de divergência entre agricultores e ambientalistas.
Para o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigadores do Estado da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, o aumentodospreçosdosalimentos será a primeira consequência da aprovação da moratória.
“Podemos ganhar cerca de 2% ao ano em produtividade.
Mas se temos umademanda que cresce 8%, como vamos fazer para atendêla? Isso expõe paraumrisco de segurança alimentar.
Milho, soja e café já registram preços acima dos níveis históricos”, alerta Pitt, destacando que a Bahia temcondições ampliar a área produtiva se cumprir a legislação atual de preservaçãode20%dasÁreas de Proteção Permanente (APP). Dos 10 mil hectares para a agricultura no Estado, só 1,8 mil são cultivados.
O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP), relator do projeto, veio a Salvador para tratar da questão e garantiu analisá-la. “A bancada da Bahia e o governo do Estado julgamqueesse artigoprejudica o crescimento do estado. A lei não pode contribuir para dificultar o desenvolvimento”, afirma o deputado.
Ambientalistas O superintendente do IbamaBA, Célio Costa Pinto, dissequenãopoderiaemitiropinião em relação ao projeto, já que as discussões a cerca do tema estão sendo tratadas no âmbito nacional juntamente com o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O cumprimento da moratória é o ponto de defesa de Marcell Moraes, presidente da ONG ambientalista Geamo.
Ele considera quase todo o código “um retrocesso nas lutas pelas causas ambientais” e critica a utilização das áreas já devastadas para a agricultura. Marcell defende o desmatamento zero comoo único meio de recuperar biomas prejudicados.
O aumento da devastação criminosa foi uma consequência da moratória destacada pelo secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler.
“Já temos hoje dificuldades em fiscalizar”, ressaltou.