Produtores pedem ajuda a Aécio

POLÍTICA
05/09/2007
 
Produtores pedem ajuda a Aécio
Uma dos pleitos é a desoneração do IPI, para compra de máquinas e implementos agrícolas
 
Leonardo Augusto
Produtores de café de Minas Gerais vão enviar à Câmara dos Deputados documento reivindicando a aprovação de projeto de lei que prevê a redução de juros e o alongamento da dívida de R$ 130 milhões do setor, basicamente em financiamentos concedidos pelo Banco do Brasil. Os cafeicultores querem entregar o mesmo documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, estiveram no Palácio da Liberdade para pedir ao governador Aécio Neves que participe das negociações para aprovação do texto.

O secretário de estado da Agricultura, Gilman Viana, ex-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), que também participou do encontro, afirma que os juros cobrados nos contratos assinados com o Banco do Brasil foram acertados quando a taxa Selic era de 18% ao ano. A pressão é pela redução dos juros com base na nova Selic, hoje em 11,5% anuais. Quanto à ampliação dos prazos para pagamento da dívida, os cafeicultores querem mais 10 anos para quitar o passivo. Outro pleito é a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para compra de máquinas e implementos agrícolas.

Minas Gerais é o principal estado produtor de café do país, com 14 milhões de sacas/ano. O Brasil produz 32 milhões de sacas anuais, gerando receita de aproximadamente US$ 3 bilhões (R$ 6 bilhões) na balança comercial do país. Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNF), Gilson Ximenes, o setor passa por crise, provocada, conforme os produtores, por aumento nos custos de produção, sobretudo a variação do salário mínimo, e desvalorização do dólar frente ao real. “A saca do café hoje é cotada a US$ 130 (R$ 260) e ainda assim não cobre os custos de produção”, afirma Ximenes. Segundo a Faemg, o governador prometeu total apoio às reivindicações do setor.