Entre 28 de abril e 1º de maio, produtores do norte pioneiro marcam presença na 23ª Feira da Associação Americana de Cafés Especiais, em Houston, nos Estados Unidos
Os produtores de cafés especiais do norte pioneiro do Paraná avançam rumo ao mercado internacional. Eles participam, entre 28 de abril e 1º de maio, da 23ª edição da Feira da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, em inglês), em Houston, Texas, nos Estados Unidos. Na ocasião, os produtores terão a oportunidade de mostrar a qualidade do grão produzido no Estado, para compradores japoneses, espanhóis, canadenses e norte-americanos – maiores consumidores de cafés especiais.
Odemir Capello, gestor do Programa de Cafés Especiais, promovido pelo Sebrae/PR e parceiros, a Feira da SCAA será uma porta de entrada para exportações diretas. “Houston é uma grande vitrine para os cafés especiais e será muito importante para estreitar o relacionamento com os compradores internacionais.” Segundo ele, o norte pioneiro cultiva 1.200.000 sacas de café arábica por ano e 20% da produção, em média, são destinadas para a comercialização no mercado externo, por meio de trandings.
Pela primeira vez, a ACENPP, a associação de cafés especiais da região, criada em 2008, irá participar de um dos maiores eventos do setor no mundo. A entidade, que reúne mais de 100 produtores, filou-se recentemente à Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), que coordena a participação brasileira na SCAA. Além dos paranaenses, produtores do Espírito Santo e Minas Gerais também estarão presentes no evento.
O objetivo da ACENPP nos Estados Unidos será tornar o café especial produzido no norte pioneiro conhecido no mercado internacional. A intenção é atrair cada vez mais visitantes interessados em levar para o mercado externo o grão produzido no Paraná. “Será a primeira oportunidade para divulgar nosso café entre compradores do mundo inteiro. Nossa participação é uma estratégia de marketing. Buscamos o reconhecimento de nosso produto como um café de qualidade”, afirma.
Perspectivas
Algumas propriedades da Região já ganharam prêmios estaduais e nacionais de qualidade e exportaram café, como é o caso da Fazenda Califórnia, um dos destaques do Leilão do Cup of Excellence 2010, realizado em janeiro passado.
O café produzido na Fazenda Califórnia recebeu o oitavo maior lance do pregão no Leilão com o valor de US$ 8,25 por libra peso e foi arrematado pela empresa japonesa Marubeni Corporation – grande compradora de cafés no mercado japonês. A corporação adquiriu 19 sacas de 60 kg do produto paranaense, por US 20.734,48 – valor equivalente a R$34.668, adotando o fechamento de 24 de janeiro do dólar comercial (US$ 1,00 = R$ 1,672).
Para se ter uma ideia, o valor de US$ 8,25 de uma saca de 60 kg do café especial equivale a R$ 1831,06, enquanto um café normal, produzido na mesma região, tem cotação no mercado nacional em torno de R$ 350,00.
Propriedades
Alguns fatores que definem o café como especial envolvem tanto parâmetros tangíveis de qualidade da bebida, como a variedade, origem, aroma, fragrância, acidez, tratos culturais e beneficiamento, quanto intangíveis, como as condições em que os grãos foram produzidos ou até mesmo a preferência da pessoa que está, naquele momento, degustando o café. Podem também ser incluídos parâmetros de diferenciação que se relacionam à sustentabilidade econômica, ambiental e social da produção.
Em relação ao sabor, o café do norte pioneiro paranaense é classificado como leve, encorpado, com intenso aroma e sabor, doce, caramelado, com acidez moderada e levemente amargo. A região se destaca por sua altitude (acima de 500 metros), latitude (23º Sul) e temperaturas médias entre 20 e 22 graus.
Em pauta
O Brasil será o país-tema da SCAA em 2011. A coordenação da participação brasileira na Feira da SCAA é da BSCA, que trabalha no projeto em parceria com Apex-Brasil, Sebrae e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A SCAA é a maior associação mundial do setor e seus integrantes representam mais de 40 países de todos os segmentos da indústria de cafés especiais, dos produtores aos torrefadores e varejistas.
Para a diretora executiva da BSCA, Vanúsia Nogueira, essa é uma oportunidade ímpar para a marca “Cafés do Brasil” ampliar seu leque de representação mundial. “O contrato com a SCAA para que o Brasil seja o país-tema tem vigência de setembro de 2010 a dezembro de 2011, período em que podemos explorar vários benefícios, como apresentação de filme na Feira, espaço nas publicações oficiais do evento para matérias e propaganda, direito a quatro palestras e, principalmente, sugestão de temas para o simpósio que antecede à feira”, detalha.
Segundo ela, há possibilidade que o Brasil tenha, além do estande institucional, um espaço reservado a reuniões, apoio da SCAA para evento especial, inclusão de brindes em sacolas, participação em pré-conferência online de marketing, e inserção de logomarca e link para acesso ao site Cafés do Brasil na página da SCAA. Mais informações no www.cafesdobrasil.com.br.