Produtores e parlamentares retomam mobilização para equacionar as dívidas rurais

A redução das taxas de juros e a adoção de mecanismos para a retomada da renda ao produtor foram os temas centrais da apresentação do presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, durante a audiência pública realizada nesta quarta-feira (26.08) pela Comissão da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara Federal.


Glauber mostrou a parlamentares e aos representantes de entidades do setor agrícola brasileiro que a dívida de Mato Grosso está na casa dos R$ 11 bilhões e que sem juros menores e sem renda, ficará complicado para o produtor mato-grossense conseguir honrar seus compromissos financeiros. “Mas não temos que ascender novamente a chama para resolvermos o problema”.


O presidente da Aprosoja/MT chama a atenção para o cenário atual, que desde a fase mais aguda da crise mundial está exigindo de todos os governos a redução das taxas de juros para fazer com que os países retomem os índices de crescimento.


“Quando falamos em endividamento, não podemos esquecer que por trás disso viemos de um longo período de arrastamento das dívidas rurais formadas principalmente pela falta de uma política agrícola capaz de minimizar os impactos causados pelas frustrações de safras, pelos juros altos e pela falta de renda”, reforça o presidente da Aprosoja/MT.


Glauber lembra que os estados como Mato Grosso, localizados na região central do país, ainda contam com um agravante: a falta de logística de transporte tanto para escoar a produção, quanto para importar insumos.
“Pelo menos R$ 1 bilhão por ano são gastos a mais pelo produtor mato-grossense com o custo do transporte”, pontua. Segundo Glauber, esse dinheiro poderia ser utilizado para pagar dívidas, caso o estado não tivesse na condição de ser um dos mais penalizados pela ausência de modais de transporte eficientes, apesar de ser o maior produtor nacional de soja e de milho e, na safra 08/09 também passou a liderar em grãos em geral.


Novos números divulgados na audiência Pública da CAPADR dão conta de que o passivo rural brasileiro que no início dos anos 80 era de R$ 30 bilhões, passou para R$ 87,4 bilhões em 2007 e hoje já beira aos R$ 130 bilhões. Representantes de entidades de diversos segmentos da agricultura participaram da audiência.


A realização da audiência pública foi solicitada pelo deputado federal Luis Carlos Heinze. “A agricultura vai bem, mas o agricultor vai mal. Temos que buscar novas maneiras de tratamento para resolver o endividamento da agricultura brasileira. Temos que fazer uma mobilização. Sem um fundo garantidor, o acesso ao crédito continuará restrito”, afirmou o parlamentar.  Com informações da Assessoria de comunicação da Aprosoja/MT

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