Produtores de Minas Gerais entram com pedido de Denominação de Origem no INPI para o Café do Cerrado:
A Federação dos Cafeicultores do Cerrado entrou com pedido de Denominação de Origem junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A iniciativa, que tem o apoio do Sebrae em Minas Gerais, agrega credibilidade aos cafés produzidos por cerca de 4 mil produtores de 55 municípios das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, parte do Alto São Francisco e Noroeste, nos limites entre Minas Gerais e Goiás.
A Denominação de Origem é a versão mais sofisticada e completa das certificações com este fim, pois determina a região de procedência de 100% da matéria-prima, as características e a qualidade da produção. Associada a ações de qualidade, profissionalização e marketing, a Denominação de Origem contribui para estimular o investimento nas propriedades, aumentar o turismo de negócios, valorizar as terras e o produto. Apenas o arroz produzido no litoral norte gaúcho possui esta certificação no Brasil. \”Esta indicação geográfica levará a região a um novo patamar de competitividade no cenário nacional e internacional\”, avalia Marcos Geraldo Alves, técnico do Sebrae-MG na microrregião de Patos de Minas.
A primeira providência para pleitear o certificado de origem foi a realização de uma pesquisa. \”No ano passado [2009], em parceria com o Sebrae/MG, contratamos doutores e mestres para comprovar, com base científica, as características de clima, solo, processo de colheita e pós-colheita que diferenciam e identificam o Café do Cerrado Mineiro\”, informa Tânia Castro Bruno, gerente de Projetos da Federação dos Cafeicultores do Cerrado. O documento entregue ao Inpi também continha o histórico da região produtora e justificativas sobre o interesse na obtenção da certificação.
Para fortalecer a identidade do produto com a região, a Federação dos Cafeicultores lançou, em 2007, a campanha Consumindo você valoriza o que é nosso, disseminada em escolas, restaurantes e outros empreendimentos de comércio e serviço de Patrocínio. \”Estamos saindo de uma estratégia de marca para uma estratégia de Denominação de Origem, de valorização da região, das pessoas e, consequentemente, do café produzido no Cerrado mineiro\”, explica Tânia.
A expectativa da Federação dos Cafeicultores do Cerrado é que o pedido seja deferido em 2011. \”Com a Denominação de Origem, os contatos com o mercado internacional, principalmente Europa e Japão serão facilitados. As exportações já representam 80% do faturamento dos produtores ligados às instituições filiadas à Federação. Os principais mercados são EUA, União Europeia (Espanha, Itália, Inglaterra e França), Japão e Coréia.
A Federação dos Cafeicultores do Cerrado é responsável pela promoção da região e do produto. Ela congrega os interesses de oito cooperativas, que armazenam, preparam e comercializam o café, de seis associações, que representam os interesses dos cafeicultores e da Fundação de Desenvolvimento do Café do Cerrado (Fundaccer), que realiza serviço de pesquisa e desenvolvimento cafeeiro.
CAFÉ DO CERRADO EM NÚMEROS
Produção: 5 milhões de sacas/ano distribuídas por 4 mil produtores.
A Federação dos Cafeicultores do Cerrado gerencia, por meio das cooperativas filiadas, aproximadamente 2 milhões de sacas produzidas por cerca de 2,5 mil produtores da região.
Principais compradores
Japão: 120 mil sacas/ano (é o mercado que mais valoriza o produto)
Estados Unidos: 200 mil sacas/ano
União Europeia (Espanha, Itália, Inglaterra e França): 75 mil sacas/ano