Terras cansadas, clima instável, lavouras que demandam cada vez mais insumos e produtividade estacionada são características de boa parte dos cultivos tradicionais de café no Brasil.
Para reverter esse desequilíbrio entre produtividade e custos, produtores de café de alta qualidade estão voltando a trabalhar o solo de maneira sustentável, com bons resultados em rentabilidade. É o que revelam cafeicultores do Cerrado Mineiro, que adotaram um complexo orgânico (com fontes variadas de carbono, complexos enzimáticos, entre outros componentes) para revitalizar o solo. Nos últimos dois anos, eles viram crescer expressivamente a produtividade – em mais de 20% – observaram maturação mais uniforme dos grãos e aumento de peneira, entre outros benefícios.
Os produtores da região de Patrocínio (MG), associados da Expocaccer – Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Ltda, produzem cafés diferenciados voltados à exportação. Eles adotaram o produto orgânico e comentam sobre os ganhos. O cafeicultor Gustavo Ribeiro avaliou a safra de 2015 e diz que “mesmo com a seca e as altas temperaturas de janeiro e fevereiro, observamos maior enfolhamento, proporcionando maior resistência às plantas e, na colheita, uma produção superior em 27% no Bourbon Amarelo e 23% no tipo Mundo Novo”. Para Rodrigo Behrend, foram observadas duas qualidades: “produtividade superior em 28% no tipo Catuaí 99 e homogeneidade da maturação dos frutos, que possibilitou a colheita com apenas uma passada da colheitadeira”.
O produtor Marcelo Montanari estava desistindo do Bourbon Amarelo devido à baixa produtividade, mas após dois anos com esse sistema de recuperação dos solos viu a produtividade saltar de 19 sc/ha para 27,6 sc/ha, um acréscimo de 45%. Este ano ele ampliou o uso do produto para 90% da área de 190 ha cultivados com 17 tipos de cafés especiais. E conta que mesmo com condições climáticas desfavoráveis, vem obtendo produtividades altas, maturação mais uniforme dos grãos, melhor qualidade da bebida e redução do volume de defensivos aplicados. Cerca de 90% da produção das Fazendas Montanari no Cerrado Mineiro é exportada para países da Europa, Ásia e Oceania. “Esses clientes vêm na fazenda conhecer a qualidade do café e o sistema de produção antes de fazer a compra, então é fundamental adotarmos boas práticas e tecnologias sustentáveis”.
O complexo de substâncias orgânicas, chamado Vitasoil, é inédito no Brasil. Foi desenvolvido por meio de nanotecnologia e alia o conceito de preservação ambiental a resultados concretos na produtividade e lucratividade. “Incorporado aos manejos de rotina das fazendas, ele recupera solos degradados, estimulando a multiplicação de micro-organismos que criam condições favoráveis para o desenvolvimento das plantas”, explica o engenheiro agrônomo Rafael Albuquerque, gerente de Negócios da Alta-Brasil, distribuidora do Vitasoil no país. Solos saudáveis favorecem o enraizamento das plantas, a absorção dos nutrientes e diminui a incidência de pragas e doenças, por isso o reflexo na produtividade e qualidade é imediato, afirma. “Bom para o agricultor, e também para o consumidor”.
Outras informações: http://vitasoil.com.br/