Os
cafeicultores enfrentam este ano uma situação difícil. Mesmo com as medidas de
apoio adotadas pelo governo para retirar produto do mercado, não houve reação
dos preços do café. O preço do grão está 36% abaixo do valor recebido no mesmo
período do ano passado.
O
governo liberou dinheiro para estocagem e ofereceu os contratos de opção. Por
esse tipo de contrato, o produtor fica com o direito de vender determinada
quantidade de café para a CONAB em março de 2014 pelo preço de R$ 343,00 a saca,
um valor que está acima dos R$ 260,00 oferecidos hoje pelo mercado.
Os
cerca de 12 mil cafeicultores filiados à Cooxupé, uma das maiores cooperativas
do Brasil, já terminaram a colheita do grão deste ano. Eles têm que administrar
uma situação complicada. O preço está 36% abaixo do mesmo período do ano
passado.
O
agricultor Osvaldo Paiva colheu 2,5 mil sacas de café na propriedade em
Varginha, no sul de Minas Gerais, e negociou 500 sacas do grão. Para conseguir
recursos até março, o produtor diz que irá recorrer ao empréstimo para
estocagem, outra ajuda oferecida pelo governo.
“O
governo já liberou mais de R$ 1 bilhão do Funcafé para estocagem, ou seja, eu
posso pegar esse dinheiro, financiar esse café e esperar até a hora que eu vou
vender para o governo ou para o mercado”, diz Paiva.
A
cooperativa dos cafeicultores de Guaxupé arrematou 524 mil sacas de café nos
três leilões de contratos de opção realizados até agora. Mas o mercado não
reagiu como o esperado. O gerente de mercado futuro da Cooxupé Heberson Sastre
considera o leilão importante, mas aconteceu tarde. “Se ele tivesse vindo antes
do início da colheita, o produtor já ia ter as regras claras antes de terminar a
safra e teria evitado de ter vendido café agora durante a safra. Não estou
falando que isso está fora de hora, mas se viesse mais cedo, teria sido melhor
para os produtores”, diz Sastre.
O
governo faz nesta terça-feira (8) o último leilão de contratos de opção para
ofertar 400 mil sacas que sobraram dos três leilões
anteriores.