O novo pacote agrícola, a ser anunciado pelo governo este mês, deve contemplar os cafeicultores. Esta é a opinião dos representantes do agronegócio do café, que fizeram a solicitação de renegociação das dívidas do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos deputados da bancada ruralista. O setor quer ter as mesmas vantagens a serem oferecidas aos demais segmentos do agronegócio. “Queremos isonomia, o mesmo tratamento que o governo federal está dando aos grãos”, diz Maurício Miarelli, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).
Os produtores de café alegam que não têm condições de saldar os débitos porque, assim como os demais segmentos do agronegócio, sofrem com a defasagem cambial, que deixa os preços em patamares muito próximos aos custos de produção. Além disso, acumulam prejuízos de US$ 2,5 bilhões de quatro anos em que as cotações internacionais estavam muito abaixo dos custos de produção.
O pleito dos cafeicultores é que as dívidas do Funcafé, formalizadas até 23 de junho de 2001, que somam aproximadamente R$ 900 milhões, sejam alongadas e repactuadas da mesma forma que os débitos do Programa Especial de Saneamento de Ativos (Pesa).
Ou seja, se estendam por um período de 25 anos e não 12 anos, conforme a resolução do Banco Central 2.906 de 2001, que prorrogou os prazos de vencimento dos financiamentos do Funcafé. Além disso, que tenham os débitos deste ano alongados para o período final do contrato, conforme a proposta encaminhada pelos deputados para as dívidas já alongadas da securitização, do Pesa e do Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária (Recoop). As parcelas que vencem este ano somam cerca de R$ 75 milhões.
As reivindicações dos cafeicultores foram entregues ao presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Abelardo Lupion, e aos deputados da Frente Parlamentar do Café. Nesta quarta-feira (03-05) o setor está mais uma vez reunido em Brasília para a audiência pública: “A política do café nos seus aspectos institucionais, representados pelo CDPC e Funcafé e as ações e programas necessários para o desenvolvimento do setor”. As informações são da assessoria de imprensa do Conselho Nacional do Café (CNC).
Redação
Fonte: Agrolink