O efeito cascata da crise econômica mundial e as perdas causadas pelas mudanças repentinas no clima chegaram ao Sul de Minas. Um dos setores mais prejudicados é o da cafeicultura, que teve uma queda de até 50% na produção deste ano. Diante das dificuldades, Três Pontas, maior produtor do grão no mundo, decretou situação de emergência. O decreto foi assinado quinta-feira, na Câmara Municipal, pelo prefeito Paulo Luis Rabello. Os presidentes das maiores cooperativas de café da região, representantes dos sindicatos dos produtores rurais, do Conselho Nacional do Café (CNC) e de outras entidades estiveram presentes para discutir idéias para tentar driblar a falta de crédito e os valores de venda das sacas de café, que, segundo os cafeicultores, estão mais baixos que o custo de produção.
Relatório técnico elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), com informações da União Agropecuária Sul de Minas (Unicoop) e da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), mostram que houve queda na produção que variou de 35% a 50% e este ano. A produção estimada no município para este ano era de mais 700 mil sacas, mas foram colhidas apenas 400 mil. Um dos motivos foi o clima. A falta de chuvas entre março e outubro de 2007, aliada às temperaturas elevadas, prejudicou a floração do café.
O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Reginaldo Mendonça Junqueira, comenta que os resultados negativos estão sendo sentidos no comércio e na geração de empregos. “Cerca de 2 mil pessoas deixaram de ser contratadas para trabalhar na lavoura. Até a arrecadação do município sentiu o reflexo”, disse. O café representa 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em Três Pontas. O valor gira em torno de R$ 500 milhões. De acordo com o prefeito, esse número caiu 13%, o que representa cerca de R$ 60 milhões em perdas. Para o presidente da Cocatrel, Francisco Miranda Figueiredo Filho, segunda maior cooperativa de café do país, a situação é grave. “Estamos tendo problemas de preços do café há 10 anos. Nossa produção caiu este ano e vai cair em 2009”, frisou.
Em outras cidades, as chuvas de granizo em setembro também trouxeram prejuízos. Elas atingiram cerca de 32 mil hectares das lavouras mineiras de café e alguns produtores tiveram perda de 100%. Os maiores estragos foram no Sul do estado, mas também houve ocorrências na Zona da Mata. Campos Gerais foi um municípios mais atingidos: entre os 17 mil hectares plantados, 7 mil foram prejudicados pelas pedras de gelo.
Uma linha de crédito especial de R$ 90 milhões aprovada quarta feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para recuperação de cafezais atingidos pelo granizo em Minas pode amenizar a situação dos cafeicultores. Terá acesso ao financiamento o cafeicultor com perda de, pelo menos, 10% da área de produção. O limite de crédito é de R$ 3 mil por hectare e o máximo de R$ 400 mil por produtor, mesmo que ele tenha mais de uma propriedade. O prazo de pagamento é de até seis anos, sendo de dois a três anos a carência, dependendo do prejuízo constatado nas lavouras. Os juros são de 7,5% ao ano.
28/11/2008 07:11:04 – Superávit
O efeito cascata da crise econômica mundial e as perdas causadas pelas mudanças repentinas no clima chegaram ao Sul de Minas. Um dos setores mais prejudicados é o da cafeicultura, que teve uma queda de até 50% na produção deste ano. Diante das dificuldades, Três Pontas, maior produtor do grão no mundo, decretou situação de emergência. O decreto foi assinado quinta-feira, na Câmara Municipal, pelo prefeito Paulo Luis Rabello. Os presidentes das maiores cooperativas de café da região, representantes dos sindicatos dos produtores rurais, do Conselho Nacional do café (CNC) e de outras entidades estiveram presentes para discutir idéias para tentar driblar a falta de crédito e os valores de venda das sacas de café, que, segundo os cafeicultores, estão mais baixos que o custo de produção.
Relatório técnico elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), com informações da União Agropecuária Sul de Minas (Unicoop) e da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), mostram que houve queda na produção que variou de 35% a 50% e este ano. A produção estimada no município para este ano era de mais 700 mil sacas, mas foram colhidas apenas 400 mil. Um dos motivos foi o clima. A falta de chuvas entre março e outubro de 2007, aliada às temperaturas elevadas, prejudicou a floração do café.
O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Reginaldo Mendonça Junqueira, comenta que os resultados negativos estão sendo sentidos no comércio e na geração de empregos. “Cerca de 2 mil pessoas deixaram de ser contratadas para trabalhar na lavoura. Até a arrecadação do município sentiu o reflexo”, disse. O café representa 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em Três Pontas. O valor gira em torno de R$ 500 milhões. De acordo com o prefeito, esse número caiu 13%, o que representa cerca de R$ 60 milhões em perdas. Para o presidente da Cocatrel, Francisco Miranda Figueiredo Filho, segunda maior cooperativa de café do país, a situação é grave. “Estamos tendo problemas de preços do café há 10 anos. Nossa produção caiu este ano e vai cair em 2009”, frisou.
Em outras cidades, as chuvas de granizo em setembro também trouxeram prejuízos. Elas atingiram cerca de 32 mil hectares das lavouras mineiras de café e alguns produtores tiveram perda de 100%. Os maiores estragos foram no Sul do estado, mas também houve ocorrências na Zona da Mata. Campos Gerais foi um municípios mais atingidos: entre os 17 mil hectares plantados, 7 mil foram prejudicados pelas pedras de gelo.
Uma linha de crédito especial de R$ 90 milhões aprovada quarta feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para recuperação de cafezais atingidos pelo granizo em Minas pode amenizar a situação dos cafeicultores. Terá acesso ao financiamento o cafeicultor com perda de, pelo menos, 10% da área de produção. O limite de crédito é de R$ 3 mil por hectare e o máximo de R$ 400 mil por produtor, mesmo que ele tenha mais de uma propriedade. O prazo de pagamento é de até seis anos, sendo de dois a três anos a carência, dependendo do prejuízo constatado nas lavouras. Os juros são de 7,5% ao ano.