18/04/2013
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
Os produtores de café de Minas Gerais querem que o governo federal fixe em R$ 350 o preço mínimo de garantia de aquisição da saca de 60 kg. Dizem que o valor atual de R$ 300 não é suficiente para cobrir os custos de produção.
O pedido do setor foi levado à presidente Dilma Rousseff pelo governador Antonio Anastasia (PSDB), durante encontros que mantiveram no Estado nesta terça-feira (16).
No começo do mês, o governador já havia enviado ofício à presidente com o pedido. Dilma ouviu, mas não deu a garantia desejada, a julgar pela fala de Anastasia.
“Ela foi sensível, compreendeu, sabe a importância do café em Minas Gerais. Agora vamos continuar insistindo”, afirmou
Segundo o governador, o café irriga a economia especialmente no interior de Minas e gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos. O baixo preço da saca, que em maio de 2011 chegou a custar R$ 530, pode piorar os números da produção agrícola e de empregos.
Anastasia disse que, aparentemente, não existe “um grande motivo” para o preço atual, já que não há superprodução e nem movimentações no mercado internacional que motivem o valor baixo.
O assunto foi levado também ao ministro da Agricultura, o mineiro Antônio Andrade (PMDB), recém-empossado.
“Os especialistas dizem que essa garantia de preço mínimo, por si só, já serve para estimular o mercado e o preço subir um pouco. Isso é muito importante para a economia de Minas, porque o café é uma das maiores riquezas do Estado”, disse o governador.
Minas produziu na safra passada 53% da produção nacional de café. Foram 26,9 milhões de sacas. Em 2012, o café respondeu por 8,6% do PIB do agronegócio estadual.
Representantes da Faemg, a federação da agricultura do Estado, e de sindicatos e cooperativas do café voltaram a ser reunir com o governador nesta quarta-feira (17) para traçar medidas que possam favorecer a produção.