Isso porque o Peru seria um foco de disseminação do fungo Moniliophthora roreri, responsável pela monilíase do cacaueiro, doença que provoca apodrecimento das sementes no cacau.
16/05/2016 – O Conselho Nacional do Café (CNC) anunciou nesta sexta-feira que protocolou na Câmara dos Deputados um Projeto de Decreto Legislativo (PDC) para voltar a impedir a importação de café verde do Peru, alegando o risco de contaminação das lavouras brasileiras por uma praga oriunda do país andino.
No dia 10 de maio, o Ministério da Agricultura revogou decisão tomada um ano antes, de proibir a importação da commodity peruana até que a Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do Peru apresentasse projetos que atendessem aos critérios do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do Brasil.
A autorização, publicada esta semana no Diário Oficial da União, foi recebida com fortes protestos dos agricultores locais, que classificaram a medida como uma “ameaça” aos cultivos de café do maior produtor e exportador global.
Isso porque o Peru seria um foco de disseminação do fungo Moniliophthora roreri, responsável pela monilíase do cacaueiro, doença que provoca apodrecimento das sementes no cacau. A praga poderia ser transmitida “pelo transporte de frutos contaminados, material vegetativo e embalagens contendo esporos do fungo, como a sacaria de café”, disse o CNC, citando estudos realizados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Portanto, trazer o café peruano para o Brasil significaria importar o Moniliophthora roreri e devastar culturas centenárias de nosso país”, protestou o CNC, em nota.
A importação do café verde peruano atende, principalmente, a uma demanda das torrefadoras, que utilizam o produto na elaboração de blends especiais.