Produtor rural tem de agir como equipe de Fórmula 1

Por: Gazeta Mercantil

AGRONEGÓCIO
25/08/2008
 
Produtor rural tem de agir como equipe de Fórmula 1
 
 
25 de Agosto de 2008 – Apesar da preocupação com os efeitos da mudança no clima, produtores rurais – que testemunharam nas últimas décadas os avanços agronômicos trazidos pela pesquisa – parecem confiantes no desenvolvimento da tecnologia.


“Temos de ser como uma equipe de Fórmula 1, com pneu para chuva e para a seca. É preciso pesquisar tudo”, afirma o assessor da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus de Brito. Ele diz que a instituição tem acompanhado a discussão em relação às mudanças climáticas, mas que existem prognósticos diferentes. “A questão é que, apesar de estudos que prevêem aumento de até 2ºC, isso pode não se consolidar e pode acontecer o contrário. São prognósticos diferentes e a gente tem de estar preparado para todas as previsões: para o aquecimento e também para o esfriamento”, conclui.


Brito acrescenta que a ação da CNA em relação ao tema tem sido política: de cobrar mais recursos para o desenvolvimento de pesquisas. “O produtor, principalmente aquele que está há anos na mesma área, tem verificado variações climáticas abruptas, e se sente inseguro com estas questões. Por isso, o que podemos fazer é trazer ao produtor informação, mas não temos condições financeiras de fazer pesquisa”.


O produtor de café José Carlos Alves Pinto, de São Sebastião do Paraíso (MG), é um dos que acreditam que o aquecimento global é irreversível mas que, apesar disso, não está preocupado. “Existem algumas técnicas de manejo que reduzem a temperatura e até novas variedades mais resistentes”.


“Acreditamos que a magnitude da mudança climática não será maior que a magnitude do crescimento tecnológico”, diz Aurélio Pavinato, diretor de Produção do Grupo SLC Agrícola SA. A empresa tem investido em regiões que, na teoria, seriam afetadas de forma drástica. “O Nordeste, que já é seco, vai ficar mais seco”, afirma. Ele cita como soluções as pesquisas para o plantio em solos mais profundos e também de variedades resistentes à seca e que consomem menos água.


Em Franca (SP), a Fazenda Daterra, já se adaptou a uma eventual mudança climática. O gerente da propriedade, Leopoldo Santana, diz que a fazenda utiliza o sistema de produção arborizada – o cultivo do café associada à silvicultura. ” Economizamos até 25% com a redução da aplicação de defensivos”. Esta técnica cobra até um quarto da área com o plantio de árvores – diferente do sombreamento que ocupa até 90%. A intenção atual da propriedade é diminuir o vento no cafezal mas, em um eventual aquecimento global, as árvores reduziram a temperatura média da lavoura.


(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 9)(F.B, N.B e R.T.) 

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