Terra, planeta irrigação Produtor rural será orientado a economizar água
ECONOMIA
14/02/2011
Terra, planeta irrigação Produtor rural será orientado a economizar água
Rita Bridi
rbridi@redegazeta.com.br
Cerca de dois terços do território do Espírito Santo tem déficit hídrico. E, proporcionalmente, é um dos Estados brasileiros que mais irrigam sua área agrícola. Hoje, aproximadamente 200 hectares ocupados com diferentes culturas são irrigados no Estado e o tamanho da área irrigada aumenta a cada ano.
Em um quadro assim, em que a necessidade de irrigar as lavouras, até mesmo para garantir a produção de alimentos, se acentua a cada dia, a orientação é evitar o desperdício de água, fazer o manejo adequado da irrigação e desenvolver ações para armazenar o máximo possível de água das chuvas.
\”O produtor, na grande maioria das vezes, não recebe informações adequadas para o manejo da irrigação e perde oportunidades de economizar água\”, explica o chefe do Departamento de Irrigação Técnica do Incaper, Ricardo Baptista.
Nos próximos meses, explica, serão desenvolvidas várias ações com a finalidade de capacitar os produtores. Com as informações que receberão terão condições de fazer a irrigação de maneira correta, evitando o desperdício de água, segundo Baptista.
Uma das orientações aos produtores é acompanhar as previsões meteorológicas para saber a respeito da possibilidade de chuvas. Se está prevista a ocorrência de chuvas, por exemplo, os agricultores podem economizar água se não irrigarem as lavouras.
O monitoramento do clima, do solo e da planta são os três meios de garantir de garantir a umidade do solo sem gastar água em excesso, explica Baptista. O próprio Incaper desenvolve um bom trabalho de climatologia com dados atualizados diariamente, que podem servir de orientação para os produtores.
No Espírito Santo, lembra o secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, a água disponível é insuficiente para todos os usos. Daí a necessidade de ações para garantir quantidade suficiente para atender à demanda.
A água, enfatiza o secretário, \”é o principal insumo de vida e também o principal fator de produção\”. O governo estadual, conta, está elaborando um grande programa visando a conservação dos recursos hídricos, que vai da construção de barragens à recuperação e preservação do meio ambiente.
O programa será desenvolvido em parceria por um grupo de secretarias e órgãos do governo estadual. Segundo o secretário, o governador Renato Casagrande já tem em mãos nove projetos para apresentar ao Ministério da Integração, com o objetivo de captação de recursos para a implantação.
Dados da irrigação
No Estado, 68% do território tem balanço hídrico negativo. Ou seja, a quantidade de chuva é inferior à soma da água equivalente à evaporação do solo e à transpiração das plantas.
O Brasil tem 6% de lavouras irrigadas. No Espírito Santo, o percentual chega a 27%. No período de 1988 a 2008 a área irrigada no país saltou de 2,7 milhões de ha para 4,4 milhões, incremento de 60%. No mesmo período, a área irrigada no Estado cresceu 350%. Passou de 43 mil ha para 195 mil ha.
No Brasil, o espaço rural (irrigação e animais) responde por 70% do consumo total da água. No Estado, a área responde por mais de 80% da água.
Em pelo menos 12 municípios capixabas já houve a intervenção do Ministério Público na questão do uso da água, que obedece às regras dos termos de ajustamento de conduta.
Os três principais desafios para o uso da água no meio rural: fazer a armazenagem de água, inclusive das chuvas, usar sistema eficiente de irrigação e fazer o manejo correto da irrigação.
Ponto de vista
Cooperativismo, desafio no presente e um futuro promissor
Carlos André Santos de Oliveira, superintendente do Sistema OCB-Sescoop/ES
Não seria exagero afirmarmos que o futuro do Espírito Santo depende, além dos grandes projetos industriais, do cooperativismo, em especial do ramo agropecuário. Dados recentes apontam que o agronegócio é um dos setores que mais colaboram para a prosperidade econômica do Estado e do país. Hoje, o Brasil ocupa a 2ª posição no ranking mundial de produção agrícola, atrás apenas dos Estados Unidos.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial chegará a 9,2 bilhões em 2050. O que isso tudo tem a ver? Simples: alguém precisa produzir comida para tanta gente. A questão é que ainda precisamos evoluir em vários aspectos. O principal deles seria no amparo aos responsáveis pela produção: nossos produtores rurais. Sem representatividade, capacitação, políticas agrícolas e estratégias de mercado, o negócio rural acaba se tornando inviável. O ditado popular \”uma andorinha só não faz verão\” é bastante adequado. E é aí que entra o sistema cooperativista. Estudos apontam que produtores rurais cooperados têm maior produtividade e ganhos melhores. Frutos das consultorias técnicas, oportunidades de acesso ao mercado, acesso facilitado ao crédito, comercialização em grande escala, acesso à tecnologia, aquisição de insumos e implementos agrícolas.
Não é à toa que a cada ano o sistema cooperativista ganha mais força. Hoje o cooperativismo já representa 6% da riqueza nacional, número equivalente ao de setores historicamente consolidados, como a indústria automobilística. No Espírito Santo, a participação ainda é um pouco tímida. Dados levantados pela Gerência Técnica do Sistema OCB-Sescoop/ES apontam que o cooperativismo é responsável por 3% do PIB capixaba. Número que, apesar de pequeno, é bastante promissor, pois há três anos nossa participação era de cerca de 1%, o que significa que evoluímos cerca de 300% no último triênio. E o desenvolvimento cooperativista não para.
Em todo Estado, são mais de 150 mil cooperados, distribuídos em 140 cooperativas, que geram aproximadamente 20 mil empregos diretos e indiretos. Cerca de 10% de nossas cooperativas estão entre as 200 maiores empresas do Espírito Santo. Dezenas de cooperativas figuraram entre as empresas mais lembradas no Recall de Marcas Futura/Gazeta e no Projeto Marcas de Valor, além de inúmeras inaugurações recentes de empreendimentos cooperativos, de Norte a Sul do Estado, com destaque para a criação da Cooperativa Central Agroindustrial do Espírito Santo (Agrocoop).
A Agrocoop marcará a entrada das nossas cooperativas no setor agroindustrial. Durante a 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em dezembro de 2009, foi declarado que 2012 será o Ano Internacional das Cooperativas. Mas para nós esse ano já começou. E tanto o Sistema OCB-Sescoop/ES quanto as cooperativas capixabas estão, mais do que nunca, trabalhando, confiando e cooperando.
Agenda
Curso de Café Arábica
Módulo II
Data: 16 e 17 de fevereiro
Local: Salão da Igreja
Católica de Monte Alverne, em Castelo
Tel: (28) 3542.6333
Abertura Oficial do Programa Compra Direta de Alimentos/2011
Data:18 de fevereiro
Local:Auditório da
Casa do Produtor Rural,
Parque de Exposição
Scarpão, em Atílio
Vivácqua
Tel: (28) 3538.1233
Encontro de Produtores de Ovinos e Caprinos
Data:23 de fevereiro
Local: Auditório do Idaf/Incaper, em Cachoeiro de Itapemirim
Tel: (28) 3155.5004
I Encontro Estadual do Conilon Descascado
Data:2 de março
Local: Instituto Federal
do Espírito Santos (Ifes), São João de Petrópolis, em Santa Teresa
Tel: (27) 3263.4773