– Considerando-se a precariedade que se encontram as lavouras cafeeira de MG., vislumbrando uma falência a curto prazo.
– Considerando-se que as ajudas governamentais apenas tem prorrogado o final desastroso da cafeicultura no Brasil. (sendo cúmplice e suporte desta futura falência)
– Considerando-se que apesar de sermos o maior produtor mundial de café, e diferentemente de outros paises, não impomos nem controlamos os preços mundiais.
– E que após o IBC, só houve atuação dos “FUNDOS” manipulando preços no mercado.( BM&F e NYB)
– Pergunto, não seria melhor permitir que o mercado se acomode dentro da lei de procura/oferta, do que permitir CPR’s Físicas, CPR’s Financeiras, dinheiro aparentemente barato para Custeio e Colheita (8,75% a.a), se quando na hora da quitação o mercado comprador, sabendo previamente da data da quitação da dívida, se oferece a comprar o produto a preços 40% abaixo do custo real ??
– Não seria melhor comprarmos o café dos outros paises produtores (Conforme Alemanha e Itália que são os maiores exportadores de café pronto para consumo) e estabelecermos o valor justo de venda do produto??
– Ou fazer ao modo Getúlio Vargas, queimar lavouras??
Anexo etsá um macro-cálculo aproximado dos meus custos na cafeicultura.
Estranhava que a menos de três anos atrás o dólar era aproximadamente R$ 3,70 e todos reclamavam que a saca de café era vendida a US$ 70 – 80, isto é R$ 290,00.
De lá para cá tivemos um aumento anual médio não inferior a 15% (exceto salários que foi bem superior a isso).
Se corrigirmos de lá até hoje (15% ao ano durante 3 anos), significa que estaríamos reclamando de um café vendido por R$ 410,00 nos dias de hoje.
Fiz meus custos com uma grosseira aproximação (anexo) mas serve como balizador da realidade financeira que vem ocorrendo com a cafeicultura e cheguei às seguintes conclusões:
a) – Meus cálculos estão corretos e a rota apontada é de eminentemente falência.
b) – A três anos atrás reclamávamos sem propriedade.
c) – Meus cálculos estão errados. (só não sei onde errei)
Favor informar-me:
– O quê está sendo feito na área economica e politica a fim de solucionar o problema da agricultura neste país, pois diferentemente dos proprietários de fazendas de outros países que são respeitados não só como empreendedores, mas principalmente como cidadão responsável pelo fornecimento do alimento e saúde ao povo.
– Seria utópico imaginar que neste pais tipicamente agrícola, o proprietário rural deixe de ser o menos respeitado dos empreendedores?!!
– Se devo nutrir alguma esperança neste país e em seus governantes, pois apesar de ser brasileiro algumas vezes penso em desistir?!!.
– Ou devo usar aquela “máxima” antiga da época do militarismo : ” O último que sair apague a luz do aeroporto?!!
Estou enviando este demonstrativo a vários setores ligados a cafeicultura e para imprensa.
CÁLCULO
CAFEICULTURA EM MINAS GERAIS CÁLCULO POR APROXIMAÇÃO
Topografia 100% Plana
Totalmente Mecanizada.
MDO
Empregados Braçais = 3
Tratoristas = 5
Manutenção = 1
Administrador = 1
– Pés de café em produção = 500.000
– Área Plantada = 125 ha
MEUS CUSTOS:
Do item A:
Do item B:
Do item C:
Do item D:
TOTAL DAS DESPESAS EM REAIS – R$ 1.208.800,00
TOTAL DAS DESPESAS EM US$ (R$ 2,11 = dolar BM&F) – US$ 573.000,00
MINHA PRODUÇÃO:
Durante 15 anos vou produzir 12 anos numa média de 4.375 sacas/ano = 52.500 sacas dividido por 15 anos, a média/ano será: 3.500 sacas/ano
(CONSIDERANDO QUE SE PRODUZA APENAS CAFÉ BOM)
VALOR DE CADA SACA DE CAFÉ DESDE QUE TUDO CORRA PERFEITO CONFORME PLANEJADO!!! (UTÓPICO)
R$ 1.208.800,00 / 3.500
= R$ 345,00 (TREZENTOS E QUARENTA E CINCO REAIS) US$ 164,00 (CENTO E SESSENTA E QUATRO DOLARES)
ONDE QUE EU ERREI?????
Cordialmente,
Odayr Flávio Teixeira
Fazenda Engenho da Serra
odayr@uaiminas.com.br
(35) 9989-0680 ou (35) 3225-1393
OPINIÕES
José Antonio Posso – Parabéns pela matéria. Considero-a oportuna, já que se ouve muita coisa sobre déficit na oferta, e isso tende a aumento de área plantada. Concordo com o CESAR GALLI na sua opinião, faço um controle que considero bom de nossos custos (produtividade média de 40 sc) e fica por volta de R$300. Se fosse para entrar na atividade hoje, teríamos que pensar dez vezes. Acho também que deveríamos elaborar os cálculos baseados em um padrão. Cada um (os poucos que fazem) adota um critério diferente e isso é muito ruim.
Quem sabe a revista seja o canal pra gente discutir isso. Abraços.
Flavio A C Basílio – Sr. Odayr, Suas contas em parte estão corretas, mas faço algumas observações que não foram demonstradas:
1) A valorização da terra não foi considerada ou não vi este cálculo;
2) Concordo com você que a CPR é uma forma aparentemente barata e ficar com posição nesta operação até o final é de fato um desastre. Melhor sair antes do vencimento, bem antes. Ou não optar por este mecanismo, se tiver capital de giro… Na verdade a retenção ajuda o preço e ganha quem sai da operação antes do prazo.
Demais dados de seu cálculo estão relativamente corretos e poderia esticar o assunto. Acho que muitos deixam de enfrentar a realidade do negócio de frente.
Pergunto:
1) Qual fazendeiro tem um fluxo de caixa para identificar onde pode estar havendo distorções caixa x despesas?
2) Quem separa de fato o que é despesa operacional, investimento, despesa não operacional, caixa etc… etc… ?
Acredito que as respostas para muitas perguntas esteja dentro do próprio negócio.
Mas vamos em frente!
Também tenho fazenda de café e acredito que seja um bom negócio e que poderia melhorar muito especialmente comercializações diretas.
No dia que ver containers sendo estufados nas fazendas estarei mais feliz ainda.
Acredito que esta seja a ação mais adequada para todos!
JCarvalho – Bahia – Não encontrei nenhum erro nos seus cálculos, transportei os conceitos para a minha condição local na Bahia e cheguei a R$ 317,00/sc que tem a mesma ordem de grandeza dos seus R$345,00. A conclusão que chegamos é que a produtividade media de 35 sc/ha não é mais suficiente para sustentar uma lavoura de café, é preciso atingir 60 ou 65 para permanecer no negocio. Boa sorte
Pinard Assis Cunha – Com relação a matéria sobre a falência da cafeicultura eu tenho as seguintes observações:
1- As cooperativas de cafeicultores não se fortalecem politicamente,por isto o setor fica massacrado e sem representatividade,
2 – Muitas cooperativas não valorizam os pequenos e médios produtores, sendo que as grandes propriedades realmente se tornaram inviáveis economicamente,
3 – Sem representatividade e sem lobby (pressão política do setor) até as fiscalizações trabalhistas nos reduzem a meros expectadores dos absurdos cometidos no campo contra o produtor as vezes são tratados como marginais,
Odayr Flávio Teixeira EM RESPOSTA a César Galli – Prezado Colega, César Galli, quanto a sua observação de considerar-se 1 sc/hectare como valor a ser atribuído ao custo da terra, em minha opinião não espelha o verdadeiro valor do patrimônio, se comparar com quanto renderia este mesmo patrimônio se fosse vendido e o dinheiro colocado a juros (logicamente considerar apenas o valor do juros e não a sua correção monetária). Para melhor explanação, no sul de MG uma terra propícia à cafeicultura não custa menos de R$ 10.000,00 o Ha. Hoje as terras arrendadas para as culturas brancas remuneram em torno de 10% do valor total da receita (contratos de aproximadamente 5 anos), portanto se alguém quisesse arrendar suas terras para cultivo de café deveria obedecer aos mesmos indicadores, ou seja, 10% de 3500 sacas (vezes 15 anos dividido por 12 anos – veja demonstrativo)o que teríamos um valor médio anual de 437,5 sacas/ano.
Quanto à depreciação dos tratores e implementos (10 anos) você tem toda a razão quanto a alguns ativos (Ex.: terreiros; cercas; moradia de colonos, energia elétrica, posteação; etc.), porém tratando-se de uma forma geral e ampla, não seria errado considerar-se o ativo ser depreciável em 10 anos.
Oscar Sarcinelli – Economista – Espírito Santo do Pinhal – SP – Prezado senhor Odayr, realmente a cafeicultura brasileira enfrenta uma dura realidade que se torna inadmissível quando tomamos a rentabilidade do mercado financeiro como base de referencia para comparar a rentabilidade desta atividade. Sou Espírito Santo do Pinhal – SP e no ano passado desenvolvi um trabalho de treinamento técnico relacionado aos custos de produção do café nas propriedades típicas de minha região (pequenas propriedades com áreas pouco mecanizáveis) e pude observar que os modelos agroecológicos de produção de café (mesmo sendo mais intensivos em m-d-o) são capazes de reduzir os custos de produção da lavoura. Estes modelos são capazes ainda de gerar mais receitas por hectare aos produtores por apresentarem uma grande variedade de produtos comercializáveis na mesma área e, de quebra, os cafés orgânicos, biodinâmicos ou naturais (sem agroquímicos) são mais bem remunerados no mercado. Talvez para a realidade das grandes propriedades de café esta lógica não seja verdadeira, mas acredito muito nesta potencialidade para as pequenas e medias propriedades típicas da minha região. Não sei, mas talvez o pulo do gato esteja na desassociação da cafeicultura ao pacote tecnológico vendido pelas grandes empresas que realmente lucram com esta atividade. Boa sorte!
Washington Celso Pereira Campos – Franca SP – Concordo
Antônio Cezar Araújo – Ponte Nova MG – Prezado colega. Sou Eng. Agrônomo e administro a fazenda de minha família na região de Ponte Nova MG. Já fiz essas contas em anos anteriores. Após a colheita no ano de 2003, quando tivemos na propriedade uma safra com excelente produtividade em 200 ha de café resolvemos sair do negócio. Ao fazermos o planejamento para a safra seguinte, os cálculos financeiros e econômicos vislumbravam que para produzir a safra do ano seguinte, que seria pequena e gastaríamos praticamente toda a receita auferida em 2003. Como criavamos gado de corte no restante da fazenda decidimos a semear brachiaria em todo o cafezal. Foi uma maravilha pois a fertilidade remanescente fez com que a pastagem ficasse excelente.Tíamos mais de 30 empregados fixo e na colheita contratávamos mais uns 60 ou mais. Com a saída do negócio hoje temos apenas 5 empregados para cuidar de toda a fazenda e tenho tempo para fazer muita coisa fora da fazenda. Café deve ter praga de escravo…! Viva a nossa decisão. Após 30 anos trabalhando com café adquirimos a nossa carta de alforria.
Marcus Fomm – Rio de Janeiro – Durante cinco anos morei em Patrocínio – MG e cheguei a desenvolver algumas planilhas (sou economista) que através da introdução das variáveis, insumos, mão de obra, fertilizantes, custo das mudas, etc., etc., propiciavam uma visão do negócio café, possibilitando aos cafeicultores conhecerem e controlarem seus custos, bem como tomarem decisões. Quantos se interessaram? Poucos, pouquíssimos. Quantos estão interessados em preparar um fluxo de caixa do negócio? Mais uma vez, poucos.
É lógico que o setor tem problemas como qualquer outro. No entanto os cafeicultores precisam ser mais profissionais.Viverem pendurados em CPR’s, crédito subsidiado, prorrogações, outras benécies e lobbies de deputados é cômodo.Mesmo sendo eficiente está difícil, imagine não sendo.O que esperar do governo? Nada, se organizem e conquistem espaço.
Daniel Shimomoto de Araújo – Caro Odayr; Se levarmos em conta o custo de depreciação, o custo da terra e colocarmos nas atuais taxas de juros oferecidas pelo governo na remuneração de seus títulos, e por conseqüência, oferecidas pelos Bancos, chegaremos a conclusão que é melhor vendermos nossas Fazendas e colocarmos o dinheiro a juros e dormir tranqüilamente. Com as atuais taxas de juros praticadas pelo mercado, atividade alguma é rentável, seja ela industria, comercio, ou agrícola. Somente se viabiliza setores Mono/Oligopolizados, como cimento, bancos, e mineração. Sua abordagem, considerando o custo de capital e custo de oportunidade está difundida nos mais diversos manuais de finanças e economia e é maravilhosa se aplicada nos Estados Unidos, onde a taxa Básica remunerada pelo tesouro americano em títulos de 1 ano é de 4,5% a.a., ou seja, inferior a praticada pelo crédito rural no Brasil! Cabe a nós decidirmos se ficamos ou paramos. Como a maioria de nós não sabe fazer outra coisa, temos que tentar e fazer de tudo para continuarmos vivos.
Giovanni Costa Ferri – Eng° Agr° e Cafeicultor – Cafeicultores mais experientes sempre falava que um ano o café veste o produtor e no próximo ano o produtor veste o café. As coisas mudaram muito, para todos, pois há vários anos somente o produtor veste o café. Concordo com o colega com a indignação e a falta de respeito com que a nossa classe está passando. Falar em aumento de produtividade, qualidade e redução de custos é muito fácil quero ver torna-la real, pois envolve vários fatores para que isto seja possível, não somente o que cabe ao tão sofrido cafeicultor.
César Galli – Concordo com você em quase tudo. Acho que nosso negócio já foi bom, mas hoje o panorama mudou e apenas quem conseguiu aumentar sua escala pode obter bons resultados, fato normal em commodities. Resta-nos a decisão de sair do negócio.
Se optarmos por ficar, temos que aumentar a escala – e isso significa investimento em plantio – ou reduzir custos ou, ainda, aumentar produtividade. Fácil, não?
quanto a seus dados, acho que a depreciação está superavaliada, pois nossos equipamentos duram mais que 10 anos. Também acho inadequado computar o custo de oportunidade da terra, pois ela não valeria isso sem o café, nem você a comprou por esse preço. O valor correto a ser computado, no meu entender, é o de arrendamento, hoje em torno de 1 sc/ha. Gostei da idéia de 12 anos de safra por 15 anos de lavoura, pois computa o plantio! Com isso, o preço da saca deve ser de R$256, bem mais razoável do que o seu preço, mas mesmo assim pouco animador. Quanto ao seu custeio, não tenho detalhes, mas acho que você deve revê-lo e tentar reduzir alguma coisa. Por exemplo, 5 tratoristas e um mecânico me parecem um exagero para 125 ha. De qualquer modo, estamos numa atividade que remunera mal o investidor.
FLORENCIO FEIO DE FREITAS FILHO – PIUMHI-MG – Sou Engenheiro Agrônomo e Cafeicultor na Região PIUMHI-MG. Esta Matéria apresentada e representa o sentimento de indignação pelo Desprezo de nossas autoridades à nossa sofrida classe de Produtores e também pela nossa impotência perante o Capital Especulativo, que manipula, contrariando, na maioria das vezes, as leis da OFERTA E PROCURA, determinando, lá de NOVA YORK, o Preço de nosso Produto. PARABÉNS.
MAGNO REIS – Sitio do Magno – CONCORDO, E TAMBÉM FAÇO ESSA CONTA DE VEZ EM QUANDO… E SEMPRE CHEGO NA CONCLUSÃO QUE É MAIS VIÁVEL ECONOMICAMENTE COMPRAR ALGUNS PRODUTOS COMO MILHO, FEIJÃO E OUTROS DO QUE PRODUZI-LOS NA MINHA PROPRIEDADE… TAMBÉM NÃO ENTENDO… JÁ REDUZI EMPREGADOS AO MÁXIMO… PASSEI A USAR HERBICIDAS E ROÇADEIRAS… A ENXADA SE APOSENTOU. E MESMO ASSIM AS CONTAS SEMPRE FECHAM MUITO PERTO DO EMPATE. PARABÉNS PELA MATÉRIA… SE ALGUÉM CONSEGUIR ENXERGAR UMA LUZ, ME AVISE POR FAVOR….
Enio Perino – Ourinhos – SP – Concordo plenamente com o colega produtor de café. Somos, contando com meu avô, produtores de café há mais de 100 anos, e só não desistimos ainda da atividade por teimosia, então deixo aqui a minha indignação com tal situação, gostaria de precisar que nós somos em 3 irmãos, Enio, Eduardo e Evandro Perino, que produzem café em Ourinhos, Sul de São Paulo e em Bandeirantes, no Norte do Paraná, obrigado e um grande abraço, Enio
Antônio Nunes – São Paulo – Só tem um jeito de isso não acontecer, o produtor tem que ser inteligente, e equacionar a produção ao consumo. Ao invés de produzir quantidade produzir com mais qualidade, e ser mais unidos. Vamos difundir esta idéia que ai a coisa muda
Prezado Odayr,
Publiquei dois artigos no site da Revista Cafeicultura os quais espero que você tenha tomado conhecimento: Agricultura Empresarial e Apuração de Resultados na Cafeicultura.
Li suas considerações também publicadas no mesmo site: Produtor Faz Cálculo e Mostra Eminência da Falência da Cafeicultura.
Permita-me, respeitosamente, discordar totalmente da metodologia por você adotada e praticada.
Seus cálculos, no site, informam:
Discriminação $
Despesas Operacionais (item B) 680.000,00
Pró-Labore (item D) 57.200,00
Depreciação (item A – meus custos) 60.000,00
Subtotal 797.200,00
Remuneração do valor do Imobilizado (600.000,00 x 0,14%) (item A – meus custos) 84.000,00
Remuneração das Despesas Operacionais (680.000,00 x 0,07) (item B – meus custos) 47.600,00
Remuneração do valor da Terra (2.000.000,00 x 0,14) (item C – meus custos) 280.000,00
TOTAL DAS DESPESAS EM REIAS 1.208.800,00
Você informa em seu artigo que esse valor, $1.208.800,00, representa o TOTAL DAS DESPESAS EM REAIS.
Permita-me, mais uma vez discordar de sua metodologia, pois o valor anteriormente informado NÃO representa despesas. Apenas uma parte: Despesas Operacionais, Pró-Labore e Depreciação, registrando que essa última embora considerada com despesa não representa uma saída de recursos do caixa, é meramente um lançamento contábil. No entanto, o valor atribuído a Depreciação deve compor o custo de produção.
As outras despesas que você informa como “despesas”, adiante discriminadas, compondo o custo de produção, também não representam “saídas de caixa”.
Discriminação $
Remuneração do valor do Imobilizado (600.000,00 x 0,14%) (item A – meus custos) 84.000,00
Remuneração das Despesas Operacionais (680.000,00 x 0,07) (item B – meus custos) 47.600,00
Remuneração do valor da Terra (2.000.000,00 x 0,14) (item C – meus custos) 280.000,00
Essa é uma prática corriqueira adotada pelos cafeicultores para apuração do custo de produção, mas que se apresentam incorretas distorcendo o custo de produção apurado. Como já informamos em outro artigo ao custo de produção somente devem ser imputados os “gastos” inerentes e aplicados ao mesmo. Assim, a Remuneração do valor do Imobilizado (600.000,00 x 0,14%) (item A – meus custos), Remuneração das Despesas Operacionais (680.000,00 x 0,07) (item B – meus custos) e Remuneração do valor da Terra (2.000.000,00 x 0,14) (item C – meus custos) não fazem parte do custo de produção.
Seus cálculos confundem a remuneração dos recursos aplicados, valor de imobilizado, despesas operacionais e valor da terra como custo quando na realidade não são.
Outro ponto em que discordo de sua metodologia é o estabelecimento aleatório das taxas de juros aplicadas sobre os citados itens para cálculo da remuneração.
É sabido que taxas de juros são voláteis em função da taxa básica de juros – SELIC – estabelecida pelo Banco Central para que o Governo possa conter a inflação, bem como se financiar para pagamento de suas despesas correntes, entre outros.
Assim, o cálculo do custo de produção por você apurado sofrerá forte variação quando as taxas de juros estiverem mais altas ou mais baixas. Não esquecer que a SELIC já alcançou patamares de mais de 40% ao ano. Hoje em 6,5% ao ano. Outro fato é o de que as despesas operacionais não seguem necessariamente as variações das taxas de juros.
A verificação da viabilidade, do rendimento do negócio café devem ter por balizamento outros parâmetros.
Não verifico em seu artigo o custo da utilização de capitais de terceiros, empréstimos, que, embora não devam também compor o custo de produção, devem ser considerados na apuração final do resultado (lucro) do negócio.
Creio, respeitosamente, ter procedido alguns comentários que julgo pertinentes para que os empresários da cafeicultura repensem a metodologia de apuração do custo de produção de uma saca de café, bem como do negócio como um todo.
Atenciosamente,
Marcus Manoel Fomm
E-mail: marcusfomm@globo.com
Telefone: (21) 99464-9005
Site: Drakinfinance.com.br