Produtor de café ainda precisa ter paciência, diz exportador

Por: Portal do Agronegocio

03/06/2013
 
Produtor de café ainda precisa ter paciência
De acordo com a estimativa da Exportadora de Café Guaxupé, os preços só devem melhorar em setembro de 2015
 
“A produção do café é boa, porém o preço pago é baixo”, disse João Carlos Hopp Jr, diretor comercial da Exportadora de Café Guaxupé, em sua palestra “Perspectivas do mercado de café” durante o 12º seminário “Perspectivas para o Agribusiness 2013/2014”, realizado em São Paulo em 28 de maio.


O evento, organizado pela BM&F Bovespa, discutiu as principais temáticas da agricultura brasileira e mundial. Dentre os painéis, o café se destacou em termos de atenção do público pela nova fase difícil vivida pelo produtor. “O Brasil passa por um momento de turbulência com a commodity”, afirmou o mediador do painel Antônio Medrano, apresentador no Canal do Boi.


Maior produtor mundial da commodity, o Brasil possui forte influência no mercado internacional do produto. Para João Carlos Hopp Jr, o que acontece com o café no País, interfere diretamente no mercado mundial.


Consumo e produção em alta


Motivo de otimismo para o setor é que o consumo aumente. A boa notícia é que a Organização Internacional do Café (OIC) estima que consumo bebida cresça mais de 2% ao ano na próxima década.


De acordo com a OIC, o consumo mundial cresceu de 111 milhões de sacas em 2002 para 142 milhões de sacas em 2012 e o diretor-executivo da entidade, Robério Oliveira Silva, explica que é necessário ordenar a produção brasileira com o aumento do consumo.


No início de maio, foi registrado o maior ciclo de baixa bienalidade já produzido no País, segundo pesquisa divulgada pela Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, com a produção total das espécies arábica e conilon (ou robusta) de 48,59 milhões de sacas de 60 quilos. “A produção está alta e o preço do café ainda está longe de ser satisfatório ao produtor”, comenta Medrano.


O crescimento da produção mundial do café gerou um excedente e consequentemente, os preços pagos aos produtores brasileiros ficaram em queda. Segundo comunicado do Ministério da Agricultura divulgado no dia 20 de maio, o preço mínimo de referência do café arábica, fechou em R$ 307 por saca.


Estoques altos


O encerramento da safra 2012/13 acontece em 30 de junho e a quantidade de café estocada é alta. Estima-se que haja mais de 13 milhões de sacas de 60 quilos nos armazéns, aumento de quase oito milhões de sacas, em relação ao final da safra 2011/12, diz Hopp, da Exportadora Guaxupé, que prevê que o preço da saca na próxima saca fique entre R$ 270,00 e R$ 290,00; e na entressafra, de R$ 300,00 a R$ 330,00.


A perspectiva do mercado cafeeiro para 2013 no Brasil ainda é baixa. “O alto custo da mão de obra e dos insumos ajuda a agravar a situação atual. Mudanças significativas para o produtor devem ocorrer apenas em dois anos”, estima Hopp.


Para o especialista, os custos podem forçar um deslocamento da área de plantio do café. Áreas de morros e montanhas destinadas a plantações de café, comuns na região do sul de Minas Gerais, poderão perder destaque para áreas de planícies, principalmente para regiões de cerrado. “Essa mudança é uma forma de diminuir os custos de produção, economizando nos custos da colheita, substituindo a manual pela mecanizada”, diz Hopp.

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