26/08/2010
Alexandre Inacio, de São Paulo
Fornecedora de micronutrientes – cobre, zinco, manganês – para indústrias de fertilizantes como Bunge, Heringer e Vale, entre outras, a brasileira Produquímica traçou em sua estratégia um plano de expansão para os próximos três anos. O objetivo é investir R$ 120 milhões na construção de uma nova fábrica em Suzano (SP), aumentar a capacidade de produção de enxofre solúvel, além aportes para manutenção da estrutura de seus nove unidades espalhadas pelo país.
A nova unidade, que consumirá, sozinha, R$ 25 milhões, produzirá uma ureia diferenciada, revestida por um polímero que prolonga a ação do fertilizante por um período de três a nove meses, de acordo com cada cultura. A expectativa é produzir e comercializa 50 mil toneladas da nova ureia por ano dentro de um mercado que consome anualmente 3 milhões de toneladas do produto convencional.
\”É um produto de nicho, mas existe um grande potencial. Esse produto já existe no mercado, mas precisa ser importado, o que acaba inviabilizando o negócio\”, afirma Gerhard Walter Schultz, presidente da Produquímica. O executivo lembra que a ureia de liberação controlada custa até três vezes mais que a convencional, quando é importada. Com a produção doméstica, o valor cairá em aproximadamente um terço e deixará o produto duas vezes superior ao convencional.
Segundo Schultz o produto começou a ser utilizados nos Estados Unidos para manter preservados campos de golf, para depois ser usado na agricultura. Apenas na atividade produtiva, a demanda por ureia com liberação controlada no mercado americano é de 1 milhão de toneladas por ano.
Ainda sem contar com as vendas da nova ureia – que entra no mercado no segundo semestre de 2011 -, a Produquímica deve faturar neste ano R$ 620 milhões, quase 20% a mais que 2009. Desse total, cerca de R$ 100 milhões serão provenientes de vendas realizadas por meio de canais de distribuição ou diretamente a grandes grupos produtores. \”Sempre ficamos voltados nos negócios com as indústrias, mas estamos montando uma rede de distribuidores para comercializar o produto. No ano passado, apenas 6% de nossas vendas ocorreram via varejo\”, diz Schultz.
Apesar de 65% do seu faturamento ser proveniente de vendas para o mercado agropecuário – fertilizantes e nutrientes para nutrição animal -, a empresa também atua em outros segmentos. Os demais 35% são divididos entre produtos para indústria química, de tratamento de águas e também usinas de cana-de-açúcar.
Nos últimos três anos a Produquímica, que iniciou suas operações em 1965, investiu em suas plantas R$ 150 milhões. Nesse valor estão incluídos a construção de uma unidade para \”premix\” para nutrição animal e adquiriu uma empresa no segmento químico.