A Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé) divulgou na semana passada que sua produção de café deverá ter queda de 5%. Antonio Augusto Ribeiro, superintendente da cooperativa, afirma que a redução se deve a dois motivos: o excesso de chuvas, que prejudicou o florescimento das plantas e a descapitalização dos cafeicultores, que levou a diminuição do uso de fertilizantes na última safra.
“Em todo o Brasil tivemos um uso de fertilizantes cerca de 20% menor e aqui na cooperativa foi em torno de 4% menor”, informa Ribeiro. Ele garante ainda que a safra deste ano será menor que a do ano passado, desmistificando os boatos de que esta seria uma safra recorde de café no país. “Acreditamos que já vai começar a faltar produto no mercado. Já temos problema de abastecimento, principalmente dos cafés mais finos. A Colômbia passou por uma coisa parecida com isso em termos climáticos e devido a crise, agora isso se reflete na produção brasileira”.
Ribeiro cita também o câmbio defasado como algo que prejudica muito os ganhos dos produtores. Ele afirma que a região cafeeira estaria próspera agora, se não fosse pela valorização excessiva do real. “O câmbio está sendo um subsídio ao contrário. É um imposto”.
Ele afirma ainda que, com as previsões de falta de café no mercado, aqueles produtores que conseguirem “sobreviver” ao mercado terão boas perspectivas de ganhos no futuro.