23/11/2009 09:11:36 – Tribuna da Bahia
A celebração de convênio com a Associação dos Produtores de café da Bahia (Assocafé), a reorganização da Câmara Setorial do café e a articulação com as prefeituras para que os municípios baianos incluam o café de qualidade na merenda escolar.
Essas foram algumas das ações que a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), divulgou para os participantes do Encontro Nacional das Indústrias de café (17º Encafé), que terminou ontem, no Vila Galé Marés Resort, em Guarajuba.
O chefe de gabinete da secretaria, Eduardo Salles, representando o secretário Roberto Muniz, disse que foi autorizada a celebração de convênio com a Assocafé para elaboração de um Plano Estratégico para o café da Bahia. “Nosso objetivo é ter o melhor café do Brasil, com forte participação no mercado internacional”.
O 17º Encafé, maior acontecimento do setor, acontece na Bahia como resultado da ação da Seagri, que captou o evento para o Estado durante 10º Simpósio Nacional do Agronegócio café (Agrocafé), realizado no Gran Hotel Stella Mares, em março deste ano.
O Encafé, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do café (Abic), é um evento anual de quatro dias, realizado há 33 anos, que reúne mais de 700 empresários e fornecedores do ramo. “A Bahia, quarto estado brasileiro em produção de café, tem excelente estrutura para receber um encontro deste porte”, disse o diretor executivo da Abic, Natan Herszkowicz.
A inclusão do café de qualidade no cardápio da merenda escolar é uma das estratégias citadas por Eduardo Salles para conscientizar o consumidor e aumentar o consumo de café. Ele disse ainda que o governo estuda a possibilidade de definir como regra para licitação, só adquirir café com qualidade mínima determinada, além de adotar o café de qualidade superior na merenda escolar.
Emprego e renda – A Bahia detém a quarta posição no ranking dos estados produtores, com 2,5 milhões de sacas, podendo ocupar mais espaços com o café irrigado. Minas Gerais é o primeiro no ranking, respondendo por 50% da produção nacional, seguido do Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia. Em São Paulo, a lavoura do café perde espaço para o cultivo da cana e da laranja, que pode ser ocupado pela Bahia, que assumiria o terceiro lugar no ranking nacional.
A Bahia tem aproximadamente 135 mil hectares de área plantada, espalhados por 167 municípios. Destes, em pelo menos 80 esta atividade, já se apresenta de forma importante, e, em outros 30, se sobressai como de relevante importância econômica.
As propriedades produtoras baianas estão estimadas em 10 mil, das quais 50% são de pequenos produtores, 40% de médios, e apenas 10% são consideradas grandes, sendo que, desta última, só 5% apresentam áreas superiores a 100 hectares, concentradas no oeste, onde a atividade é empresarial.
Atuam na atividade, diretamente, 10 mil famílias residentes nas propriedades, que empregam diretamente 150 mil pessoas, número ampliado em mais 100 mil durante a colheita, com a mão de obra temporária.
Em toda cadeia, desde a produção ao comércio, são, em média, 400 mil pessoas, o que a torna a principal atividade geradora de emprego e renda nas regiões onde está instalada.