Produção agropecuária cresce, mas receita cai

22 de dezembro de 2005 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: O TEMPO POR QUEILA ARIADNE

Nem os
recordes das safras de grãos de 2004/2005 de Minas Gerais, que atingiram 10,4
milhões de toneladas, conseguiram evitar a queda do faturamento da agropecuária
no Estado e a atividade vai fechar 2005 com 3,4% de retração.

A produção
cresceu 6,9%, mas até novembro os preços já caíram cerca de 10% em relação ao
ano passado, impactando negativamente as contas do setor.

“Começamos o
ano com preços altos e câmbio favorável, o que incentivou a produção. Mas o
cenário foi mudando ao longo dos meses com a desvalorização do dólar”, destaca o
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais
(Faemg), Roberto Simões.

O desempenho da agropecuária influenciou
diretamente o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas, que desacelerou
o crescimento, caindo de 5,4% para 2,6% do segundo para o terceiro trimestre, de
acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP).

Mesmo assim, a agropecuária
de Minas está três vezes melhor, em relação à média nacional, que registrou
queda de 10,5% no PIB da agropecuária. “Os preços do café e do leite subiram no mercado
internacional e reduziram o impacto de produtos como grãos e carne bovina, que
caíram 12% e 10%, respectivamente”, analisa Simões.

Embarques
A
depreciação dos produtos como grãos e carne está ligada a fatores climáticos e à
desvalorização cambial. Mas, apesar da queda do dólar, Minas manteve o ritmo de
crescimento nas exportações, que subiram 44,6% de janeiro a novembro, graças à
valorização de produtos importantes na pauta, como o café.

O resultado é quatro vezes o
crescimento de 11% das exportações na agropecuária nacional. “Este ano a
produção foi ruim para o café, mas os preços subiram com uma redução
da oferta no mercado internacional”, explica o técnico da Faemg, Sérgio Avelar.


O levantamento reúne dados até novembro, mas segundo técnicos da Faemg,
se as vendas do agronegócio mantiverem o ritmo em dezembro, as exportações vão
terminar 2005 com a cifra de US$ 3,76 bilhões contra os US$ 2,6 bilhões de 2004.
As expectativas para 2006 não são muito otimistas.

Segundo Simões, com
os problemas de liberação de crédito, a agropecuária deverá apenas manter o
mesmo resultado deste ano. “Solicitamos R$ 4,1 bilhões e até agora só foi
liberado R$ 700 milhões. Sem recursos, os investimentos em tecnologia ficam
comprometidos e a tendência é a produção cair”, comenta.

Outra ameaça
para as safras de 2006 são as chuvas. “Já estamos com o plantio atrasado em 6%”,
destaca Avelar.

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