O micro-terraceamento, diferentemente do terraceamento tradicional, visa, principalmente, facilitar o transito e a mecanização dos tratos das lavouras de café, em zonas montanhosas, nas quais a exploração vem sendo feita de forma manual, com custos mais
A técnica de micro-terraceamento em cafezais evoluiu muito nos últimos anos, seja na ampliação dos sistemas e maquinário para sua execução, seja no aumento da área trabalhada, dando base e segurança para seu uso extensivo, na cafeicultura em áreas montanhosas.
O micro-terraceamento, diferentemente do terraceamento tradicional, visa, principalmente, facilitar o transito e a mecanização dos tratos das lavouras de café, em zonas montanhosas, nas quais a exploração vem sendo feita de forma manual, com custos mais elevados. Agora o terraço é aberto nas ruas do cafezal, podendo ser feito antes do plantio ou após, na lavoura em formação ou já adulta. O espaçamento mais adequado, para haver bom espaço é em torno de 3m na rua, até 3,5 m, dando origem a um terraço um pouco mais largo.
Os sistemas de abertura dos terraços podem ser vários, desde aquele com o uso do próprio enxadão, manualmente, ou com uso de arado de bois ou micro-tratores operando de ré, isto nas pequenas propriedades. Para as áreas maiores pode-se usar o trator normal, com lamina traseira, operando também de marcha ré, ou, ultimamente, com maior segurança, com uso de trator de esteira, de menor potencia e mais estreito, este operando com lamina dianteira e andando pra frente, resultando em bom rendimento operacional e um custo bem compatível.
Maquinas tipo escavadeira também podem ser usadas, existindo no mercado uma mini-escavadeira, com esteira de borracha e bem estreita, podendo ter até menos de 1 m de largura, e, deste modo, é útil para usar em lavouras que tenham espaçamentos mais apertados na rua.
As primeiras lavouras micro-terraceadas já tem mais de 5 anos e tem sido observado que os terraço melhoram bastante a retenção de água na área, reduzindo a erosão, e o pequeno barranco deixado, do lado de cima do terraço, se consolida rapidamente, sem prejuízo pro sistema radicular dos cafeeiros.
Quanto aos tratos, adotando tratores de menor potencia e, principalmente, os mais estreitos, tem sido possível fazer boa parte dos tratos mecanizados, como as pulverizações, adubações, controle do mato e podas, e, com maquinário especial e dependendo do desnível do terreno, até a colheita mecanizada. Mesmo em áreas onde se desejar manter os tratos manuais os micro-terraços tem seu rendimento aumentado, pela facilidade de transito dentro da lavoura.
J.B. Matiello– Eng Agr Fundação Procafé e J. Renato Dias e Lucas Franco – Engs Agrs Fdas Sertãozinho