J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e J. Renato Dias e Lucas Franco –
Engs Agrs. Fdas Sertãozinho
Nos dois primeiros anos da lavoura de café, em sua fase de formação, a
concorrência das ervas daninhas se mostra mais prejudicial, pois os cafeeiros
são pequenos, suas raízes são ainda restritas e o mato cresce junto às plantas,
sendo ali favorecido pelo adubo, e muitas vezes, pela própria molhação ou
irrigação localizadas.
Assim, o mato compete com o cafeeiro, em nutrientes e água e, também, pode
absorver inseticidas-fungicidas de solo aplicados, e, ainda, o mato acaba
abafando as plantas jovens de café, tornando-as pernaltas. Cafeeiros novos,
crescendo no mato, se tornam plantas amareladas, esguias e fracas, ficando mais
susceptíveis à cercosporiose e ao bicho-mineiro. Por isso, o café novo deve ser
mantido mais no limpo. Uma faixa larga, junto à linha dos cafeeiros, deve ser
mantida limpa, trilhada.
Essa trilhação pode ser feita por capina manual, que se mostra desvantajosa,
por gastar muita mão de obra e, ainda, pode causar danos ao tronco das plantas.
Pode-se auxiliar com trincha ou carpideira descentralizadas, mecanizadas. Uma
boa opção é a limpeza da linha com herbicidas mais seletivos aos cafeeiros.
Eles podem ser de pós ou de pré-emergência, em certos casos(em pós-inicial)
podendo ser associados. Em pós emergência, para ervas de folhas estreitas, temos
– o Select e similares, o Verdict, o Poast e o Fusilade – estes não causando
quaisquer danos aos cafeeiros. Para folhas largas, podem ser associados produtos
à base de Clorimuron, que causam pequenos danos, logo reversíveis.
Uma boa combinação usada tem sido o Select ou Verdict a 400-500 ml mais o
Clorimuron a 150-200 ml por ha. Em caso de mato muito alto deve-se aumentar a
dose do Select e do Verdict, em todos os casos devendo-se agregar 0,5% de óleo.
Em pré emergência, o produto mais indicado é o Goal, a 3-4 l por ha, que deve
ser usado com jato dirigido, evitando atingir a mudinha nova ou o topo das
plantas, pois causa, temporariamente, amarelecimento e paralisação do seu
crescimento.
Com as plantas já mais crescidas pode-se, já, iniciar o uso de herbicidas
tradicionais, como o Glifosato e outros, com aplicação bem protegida (lençóis
laterais, chapéu de Napoleão, carrinho ou manta) e de preferência com
bico-espuma.
Na rua, principalmente nos plantios em renque mecanizado, o mato pode ser
deixado, porem mantido sempre baixo, por roçadas, para evitar abafamento.
Ultimamente tem sido mais recomendável usar herbicidas de pós-emergência nas
ruas, formando camada de mato morto, auxiliando no controle à erosão.
Esse procedimento considera os resultados de pesquisas, que evidenciam
ganhos, de crescimento e produtividade, com a limpeza total(linha e rua). No uso
de roçadeiras tratorizadas, deve-se cuidar com a proteção lateral e traseira do
equipamento, pois ao arremessar resíduos, do mato e outros do terreno, acaba
danificando mudas novas no campo
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