Primeira fábrica de café exclusivamente ecológico será instalada em outubro

26 de setembro de 2007 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: Diário do Nordeste

Mulungu ganha fábrica de café ecológico em outubro


Café ecológico é cultivado sem agroquímicos e toda a produção
é feita na área de Mata Atlântica (Foto: Cid
Barbosa)


Investimento de R$ 90 mil financiou projeto, compra de
máquinas, mão-de-obra e reformas da unidade


A primeira fábrica de café exclusivamente ecológico será instalada até o
final de outubro na Área de Proteção Ambiental (APA) do maciço de Baturité, na
comunidade do Lameirão, em Mulungu, município a 110 quilômetros de Fortaleza. A
fábrica foi concebida pela Fundação Cepema a partir do projeto Recuperação,
conservação e manejo de florestas nativas e antropogênicas.


Com financiamento de R$ 90 mil do Ministério do Meio Ambiente, o investimento
foi utilizado para aquisição do maquinário, mão-de-obra e reforma do local. A
unidade vai beneficiar, torrar, moer e embalar o café da região.


De acordo com o presidente da Fundação Cepema, Danilo Galvão, a produção será
destinada, inicialmente, para o comércio local, mas a intenção é expandir para o
todo o Estado. ´Com a chegada das máquinas, em outubro, vamos começar a operar
ainda com a safra deste ano. Apesar de estar tarde, alguns produtores reservaram
café para a fábrica´, afirma.


Cerca de 130 pequenos agricultores de Aratuba, Mulungu, Guaramiranga,
Baturité, Pacoti, Palmácia e Redenção serão beneficiados pela fábrica. Além de
trabalhadores indiretos e mais 60 mulheres catadoras de café do Lameirão.
´Estamos recadastrando todos os trabalhadores envolvidos´, ressalta.


´O principal é trabalharmos com a agricultura familiar, que são pessoas com
difícil acesso ao crédito´, explica Galvão. Segundo um diagnóstico da Fundação
Cepema, no mínimo, são 270 hectares que trabalham com o sistema agroflorestal
cafeeiro na região.


Este tipo de cultivo não usa agroquímicos. A plantação é toda na sombra, pois
consiste numa variedade arábica que não resiste ao sol. ´A idéia é promover um
processo sustentável, que não interfere na dinâmica natural da floresta´,
explica o consultor do projeto, o agrônomo Eduardo Sobral.


A gestão da fábrica será comunitária, com apoio da Associação dos Produtores
Ecologistas do Maciço de Baturité (Apemb). ´A associação vai comprar a produção
dos agricultores, processar e vender o café´, explica Sobral. ´Outra
possibilidade é que o próprio produtor terceirize o serviço da fábrica e venda o
café com sua marca, mas ainda estamos decidindo´. O consultor acrescenta que
ainda não está definido o nome do café ecológico que será produzido na unidade,
mas projeta que o preço do quilo seja cerca de R$ 10,00. ´Vamos trabalhar com
embalagens de 500 e 250 gramas´, acrescenta Sobral.


O diferencial do café ecológico de Baturité


O diferencial do café ecológico de Baturité é sua produção, desde a plantação
até a embalagem, em área de Mata Atlântica. Isso confere a esta fábrica o título
de primeira no Ceará em café ecológico. Algumas cooperativas de pequenos
agricultores de café, também na região do maciço de Baturité, já comercializam
café ecológico no Ceará, mas a fabricação (torrefação, moagem e embalagem) é
feita em Fortaleza. Outras grandes marcas de café trazem na embalagem o símbolo
de café orgânico, mas este é exportado de outros estados. Além disso, o café
ecológico não usa aditivos químicos em seu cultivo, não interfere na
biodiversidade, ou seja, na dinâmica natural do meio ambiente. Segue os
princípios da sustentabilidade, sem a interferência do homem. Este tipo de
cultura relacionada ao café ainda é muito pequena no Ceará


Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=473392

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